Defesa do médico deixa cair teoria de que Michael Jackson auto-administrou
"Já não afirmamos que o propofol foi administrado por via oral", disse Michael Flanagan, membro da equipa de defesa de Murray, acusado de ter dado a Jackson uma dose excessiva de propofol, para ajudar o cantor a dormir.
Os advogados de Murray afirmaram, principalmente nas audiências preliminares, que Jackson era um dependente químico desesperado e teria provocado a própria morte ao ingerir uma dose extra fatal de propofol num momento em que Murray estava ausente.
Mas a defesa inclina-se agora para a tese da ingestão de comprimidos de lorazepam quando Conrad Murray estava ausente. O sedativo foi encontrado no corpo do rei da pop e, segundo a autópsia, contribuiu para a morte do cantor, sem, no entanto, ter sido a causa principal.
Murray admitiu ter dado 25mg de propofol a Jackson às 10h40 do dia da sua morte, uma vez que o cantor havia passado a noite acordado, e apesar de ter administrado uma série de doses de outros sedativos, menos potentes.
A teoria de que Jackson poderia ter bebido mais propofol, um líquido de cor branca que o cantor chamava de "leite", foi por terra pelo facto de não terem sido encontrados restos de propofol no seu estômago.
Os procuradores apresentaram um novo estudo sobre o sedativo, segundo o qual a sua ingestão oral tem "efeitos insignificantes". "Michael Jackson não engoliu propofol e mesmo que o tivesse feito isso não o teria matado", afirmou o procurador David Walgren.
O cardiologista Alon Steinberg, alto membro da Junta Médica da Califórnia, acusou Murray de uma série de erros no tratamento de Jackson, entre eles o de ter deixado o cantor sozinho para ir à casa-de-banho. "Quando se controla um paciente, você nunca se pode ausentar. É como deixar um bebé a dormir na mesa da cozinha", comentou, no tribunal.