Deep State 2: como as energias limpas podem servir uma guerra suja
Mali e a sua riqueza em recursos naturais atraem a atenção dos EUA. No entanto, o acordo entre estes países é subitamente ameaçado quando três agentes das forças especiais dos EUA e uma tradutora do Mali são apanhados numa emboscada e supostamente mortos. Esta é a premissa para os oito episódios da segunda temporada de Deep State, que se estreia esta segunda-feira na Fox, às 22.15.
Depois de uma primeira temporada no Médio Oriente, a primeira produção da Fox Europa e África, mudou-se para a África Subsariana, na verdade filmada entre a Cidade do Cabo (África do Sul) e Marrocos. Agora, cabe a Nathan Miller (Walton Goggins), um ex-agente da CIA recrutado pelos poderes que gerem o deep state, garantir a qualquer custo que o acordo é concluído.
No entanto, as suas ações são colocadas em causa quando a tradutora do Mali, Aïcha Konaté (Lily Banda) entra em contacto com Leyla (Karima McAdams) e a informa sobre a verdade à volta da sua suposta morte. Pelo meio, Miller terá de lidar com Meaghan Sullivan (Victoria Hamilton), uma senadora republicana de Ohio, com um apetite insaciável pela descoberta da verdade sobre o mundo escondido por trás da política e Aminata Sissoko (Zainab Jah), assessora do presidente do Mali que se torna um obstáculo a ultrapassar.
O DN este no local das filmagens na Cidade do Cabo e falou com os protagonistas da nova temporada. Entre eles o produtor executivo, cocriador, argumentista e realizador, Matthew Parkhill que não considera que esta série seja "uma teoria da conspiração". "Não precisamos de procurar explicações que não estão lá, a verdade já é tão estranha, está lá, e é real. Na última temporada e nesta os pontos iniciais são factuais. A minha abordagem nunca é o que existe neste grande mundo mau, a minha abordagem é sempre a partir de um ou dois incidentes", justifica.
Até porque, garante o próprio, a série não se afasta muito da realidade. Matthew Parkhill pediu a um agente do MI6 (serviços secretos britânicos) para ver algumas cenas da primeira temporada de forma a que o realizador percebesse se esta poderia ser plausível e a resposta não podia ser mais animadora. "Sem me dizer detalhes nenhuns, disse-me 'não tens ideia de quão próximo da realidade estás'".
Além da trama de espionagem esta segunda temporada vai viver de flashbacks. Recua dois anos antes do tempo atual. Assim poderemos saber como Harry Clarke (Joe Dempsie) conhece Leyla Toumi (Karima McAdams). Como Georgie White (Alistair Petrie) escolheu o caminho que o vimos seguir na primeira temporada, onde acaba morto. E como Amanda Jones (Anastasia Griffith) chegou onde chegou.
O par romântico da série acaba a primeira temporada algo desiludido com a forma como o mundo funciona. Desocbrem quie afinal trabalham para o deep state, mas não podem fazer nada para impedir o seu sucesso. "As nossas personagens começam a temporada dois meio abaladas por causa do que aconteceu na primeira temporada e saem do radar um bocado", começa por explicar Joe Dempsie que interpreta Harry Clarke.
"As circunstâncias arrastam-nos novamente para o meio disto, e mesmo aí, do ponto de vista de Harry, a forma como a história se desenvolve, ele sente que é arrastado pela narrativa, um bocado contra a sua vontade. Tenta encontrar o seu propósito outra vez. E o seu desejo de expor tudo." Confirmando que os dois vão tentar desta vez mudar as ações do deep state.
Para a segunda temporada, Karima McAdams confessa que não haverão tanto gadgets e artigos de espionagem como na primeira. "Já não trabalhamos para a The Section [nome da organização secreta para a qual trabalhavam enquanto achavam que estavam ao serviço da CIA] e por isso já temos acesso a esses instrumentos topo de gama. Estamos por nossa conta e mostramos as nossas capacidades, mas com menos gadgets", sublinha. O que leva Joe Dempsie a admitir que não percebe nada de computradores. "Mas deem-me um eu sei fingir que sei", brinca.
Alistair Petrie acaba por tirar a própria vida no final da primeira temporada, num dos momentos mais tensos da série. Inesperadamente regressa nos novos episódios. "Fiquei muito contente de voltar e agora vamos perceber porque é que a minha personagem fez o que fez. Mas não é uma série de flashbacks", adverte.
O ator não esconde o entusiasmo por o novo guião lhe permitir voltar à série. "Morro muito em televisão e é muito raro haver alguém que nos diz que 'tenho de arranjar uma maneira de te trazer de volta' e nós pensamos 'sim, nunca vai acontecer'. E depois recebemos uma chamada a dizer 'tive esta ideia' e eu disse logo 'fantástico, conta comigo'."
Para esta nova temporada, os fãs podem esperar uma reexame a tudo o que aconteceu na sua vida. "Eu já sei que acabei, mas como é que acabei emocionalmente naquele ponto, que coisas enfrentrei. Com tudo o que a minha personagem faz continuo a dizer para mim próprio, não sei nada da temporada um, e isso é fantástico."
Anastasia Griffith também está de volta para a segunda temporada. A agente Amanda Jones (a sua personagem) é promovida dentro da CIA. Nos próximos episódios "vemos como a temporada um a afetou, mas ela ainda está nesta máquina e precisa de encontrar uma maneira de navegar por todas estas circunstâncias".
Como a série recua dois anos, "vemos Amanda Jones no início, antes de ser uma espia dura, é muito bom ver quem ela era", antecipa Anastasia Griffith.
A jornalista viajou a convite da Fox.