Morte dos touros proibida na festa Toro de la Vega
O governo da comunidade autónoma de Castela e Leão, Espanha, decretou a proibição de matar o touro na presença de espetadores em espetáculos taurinos populares e tradicionais. Quer isto dizer que o ponto alto das festas Toro de La Vega, que se realizam anualmente em Tordesilhas, já não pode acontecer este ano.
O Toro de la Vega é uma tradição de origem medieval em que o animal é perseguido por dezenas de picadores e lanceiros até à morte. Declarada evento de interesse turístico em 1980 e espetáculo taurino tradicional em 1999, esta festa tem estado sob grande polémica nos últimos anos devido aos protestos de associações de defesa dos direitos dos animais.
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O decreto-lei agora aprovado entra amanhã em vigor. A festa não está proibida, apenas a morte do animal na presença de espectadores, mas os defensores desta tradição consideram que o seu fim poderá acabar com os festejos, que acontecem em setembro em Tordesilhas.
Rompesuelas foi o último touro a ser morto nestas festas, em setembro do ano passado. Demorou, segundo o El País, 20 minutos a cair inanimado, mas o júri do torneio considerou a morte nula uma vez que não se cumpriram as regras.
A decisão de proibir a morte do touro destina-se "a proteger a tradição" e "adaptá-la à sociedade e sensibilidade do século XXI", segundo explicou um conselheiro ao ABC. A morte do touro nestas festas constituía, segundo o El Norte de Castilla, uma exceção ao Regulamento de Espetáculos Taurinos na região.
O torneio já esteve proibido entre 1966 e 1970, após a divulgação de umas imagens muito fortes nos noticiários emitidos antes da exibição dos filmes nas salas de cinema nos anos 50.