De Portugal à Nova Zelândia, de Espanha ao Canadá
Os jovens saíram à rua, muitos com as próprias famílias, para se manifestarem pacificamente pela Greve Climática Global. Do outro lado do mundo, na Nova Zelândia foram mais de 40 mil que protestaram em frente ao Parlamento. Na capital deste país, em Wellington, juntaram-se crianças com a farda escolar, adolescentes e ex-combatentes, com cartazes em que se podiam ler várias mensagens como: "Nós faltamos à escola para vos ensinar" ou "Negação = Morte".
Em Itália as manifestações chegaram a mais de 180 cidades do país envolvendo cerca de um milhão de estudantes, segundo os organizadores. Nas ruas de Roma manifestaram-se cerca de 200 mil pessoas e outras 150 mil em Milão.
Em Haia, na Holanda, milhares de pessoas saíram à rua para pedir responsabilização dos políticos, mas também de todos os cidadãos, para quem deve importar "levar vidas sustentáveis e fazer mudanças nesse sentido", como disse à Associated Press a estudante universitária Beth Meadows. Cerca de 35 mil pessoas, muitas delas estudantes que faltaram às aulas, desfilaram por Haia.
Em Barcelona, Espanha, juntaram-se igualmente milhares de pessoas em defesa de medidas contra a crise climática, bem como em Madrid e em muitas outras cidades espanholas.
Em Montreal, no Canadá, a jovem ativista sueca Greta Thunberg, que iniciou o movimento das greves climáticas, exortou o primeiro-ministro canadiano e outros líderes mundiais a fazerem mais pelo ambiente, antes de participar numa manifestação no Quebec, na qual também participou o primeiro-ministro, Justin Trudeau.
Em Portugal, essencialmente os jovens protagonizaram manifestações em locais de norte a sul. No Porto cerca de 1500 jovens, crianças e idosos protestaram e exibiram mensagens de criticas às políticas e de defesa do planeta.
"As avós vieram à greve. E tu? Vais ficar a fazer croché?", lia-se num cartaz que a idosa Emília Gonçalves ajudava a segurar, plena das suas convicções, lamentando à Lusa que "houve demasiado tempo gente desatenta a este assunto."
Em Coimbra centenas de pessoas, especialmente estudantes, também marcharam em defesa do ambiente, e já antes em Lousada centenas de jovens também tinham marchado, muitos vestidos de negro e gritaram palavras de ordem em defesa do ambiente.
Foi assim também na Guarda, onde cerca de 200 estudantes participaram numa marcha pelas ruas do centro da cidade, ou mais a sul, em Sines, com concentração no Jardim das Descobertas, ou em Évora, onde se desfilou pelas principais ruas do centro histórico, ou ainda em Faro, onde cerca de 300 pessoas marcharam pelo clima.
Em Ponta Delgada a porta-voz dos estudantes que hoje se manifestaram pelo planeta defendeu que a região deveria acabar com o turismo de cruzeiros devido ao impacto desta indústria sobre o ambiente.
O Comité das Nações Unidas para os Direitos das Crianças saudou a participação de crianças de todo o mundo nas manifestações de luta contra as alterações climáticas, apoiando que "as suas vozes sejam ouvidas e levadas em conta".
O Comité afirmou-se "inspirado pelos milhões de crianças e adolescentes que se manifestaram pela mudança climática", reconhecendo que os mais novos "já estão a ser afetados pela contaminação, as secas, os desastres naturais e a degradação do ecossistema".