David Cameron recusa ter errado na contratação de antigo director do jornal
David Cameron, quando ainda era apenas líder do partido Conservador, contratou Andy Coulson em 2007, apenas alguns meses depois de este se ter demitido do semanário.
Coulson sempre alegou desconhecimento das acções de Clive Goodman, um jornalista condenado em 2007 por interceptar telefonemas de funcionários da família real com a colaboração de um detective privado.
"Decidi dar-lhe uma segunda oportunidade e nunca ninguém levantou dúvidas sobre como ele trabalhava para mim", afirmou o primeiro-ministro, numa conferência de imprensa esta manhã sobre o caso.
Coulson manteve-se em funções até Janeiro deste ano, demitindo-se por lamentar que a "contínua cobertura" mediática relacionada com o anterior emprego o impedia de se manter em funções.
"A segunda oportunidade não funcionou e teve de demitir-se de novo", resumiu Cameron, assumindo a responsabilidade pela contratação mas sem reconhecer ter errado.
Cameron afirmou que considera "justo julgar uma pessoa pelo trabalho que fez" e que serão os britânicos quem julgará se fez bem ou não.
Ele "trabalhou para mim e trabalhou bem", garantiu.
De acordo com a imprensa britânica, Coulson deverá apresentar-se hoje à polícia para ser detido e interrogado sobre conhecimento do acesso a telefones e de pagamento ilícitos a polícias.
Quanto a Rebekah Brooks, outra ex-directora do News of the World e actual presidente executiva da News International, Cameron também se recusou pedir a sua demissão. Outras figuras políticas, entre os quais o líder da oposição, o trabalhista Ed Miliband, já apelaram a Brooks para que se demitisse.
Mas, perante notícias de que Brooks, que é amiga pessoal de Cameron, terá apresentado a demissão, o primeiro-ministro confiou que "nesta situação, tê-la-ia aceite".
Na quinta-feira, a News International decidiu encerrar o News of the World, cuja última edição será publicada no domingo.