Damasco ataca rebeldes com bombas de fragmentação

A força aérea do regime de Damasco está usar bombas de fragmentação contra uma importante cidade do norte da Síria em poder da oposição. Os bombardeamentos decorrem há mais de duas semanas e nas últimos dias causaram quase 50 mortos, muitos dos quais crianças.
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A força aérea síria está a usar bombas de fragmentação nos seus ataques a pelo menos a uma cidade do norte do país, Maaret al-Noomane, sob controlo da rebelião, tendo sido mostradas alguns exemplares destes engenhos aos jornalistas. Quinta-feira, um jornalista da AFP testemunhou um destes ataques na periferia da cidade, de acordo com um relato divulgado hoje por esta agência.

O jornalista da AFP observou um caça-bombardeiro Sukhoi largar este tipo de bombas nos subúrbios leste de Maaret al-Noomane, com o engenho a explodir no ar como se fosse fogo de artifício, com as munições a dispersarem-se sobre o solo envoltas em pequenas nuvens de fumo branco. Segundo a oposição, os ataques com estas bombas são recorrentes desde há 20 dias e causaram, só quarta-feira, 49 mortos, dos quais 23 crianças. Ainda segundo o jornalista da AFP presente na cidade, que visitou um hospital improvisado, os corpos das vítimas apresentavam-se mutilados e quase irreconhecíveis.

As bombas serão de origem russa, a avaliar pelas inscrições em cirílico visíveis naquelas que não explodiram totalmente, embora outras não apresentam quaisquer sinais daquele alfabeto.

No domingo passado, a Human Rights Watch (HRW) acusou o regime de Damasco de recorrer a este tipo de bombas nos ataques contra a cidade, o que foi desmentido pelo chefe de estado-maior das forças armadas sírias em comunicado.

Segundo a HRW, que cita testemunhos locais, as bombas de fragmentação estão a ser utilizadas em locais como Alepo e Homs, nos arredores de Damasco e em Maaret al-Noomane.

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