As caixas negras do Boeing 737 MAX 8 que caiu na Etiópia mostram "semelhanças claras" com o comportamento do avião do mesmo tipo que caiu na Indonésia em outubro, informou este domingo o governo etíope.."Durante a investigação (...) foram notadas semelhanças claras entre o voo 302 da Ethiopian Airlines e o voo 610 da Lion Air", declarou a ministra dos Transportes da Etiópia, Dagmawit Moges, em conferência de imprensa..A ministra não precisou quais as semelhanças entre o voo da Ethiopian Airlines (onde morreram 157 pessoas) e o da Lion Air (189 mortos), indicando apenas que o relatório preliminar sobre as causas do acidente ocorrido há uma semana a leste de Adis Abeba será divulgado dentro de 30 dias..A análise das caixas negras do 737 MAX 8 que caíu na Etiópia têm estado a ser analisadas em França, pela Agência de Investigação e Análise para a Segurança da Aviação Civil (BEA, sigla em inglês), a pedido das autoridades etíopes..Esse trabalho técnico ficou concluído este domingo, com a entrega dos registo de voo às autoridades etíopes - depois de as gravações de voz já terem sido enviadas sábado..O avião da companhia aérea da Etiópia despenhou-se a 10 de março, pouco depois de descolar de Adis Abeba em direção a Nairobi. Morreram todos os ocupantes do aparelho, de 35 países, entre os quais se encontravam pelo menos 19 funcionários das Nações Unidas..O aparelho da Lion Air caiu no mar ao largo da Indonésia, provocando 189 mortos, e a investigação ao acidente até agora pôs em causa o sistema de estabilização em voo..Os dois aparelhos registaram subidas e descidas irregulares logo após a descolagem e com velocidades demasiado elevadas..Seis dezenas de países interditaram o seu espaço aéreo ou suspenderam temporariamente o uso dos Boeing 737 MAX, tendo o fabricante norte-americano acumulado uma perda superior a 27 mil milhões de dólares (23,8 mil milhões de euros) no valor das suas ações desde domingo passado..Segundo a CNN, vários pilotos norte-americanos dos Boeing 737 MAX já tinham registado queixas sobre o comportamento dos aparelhos em voo - especificamente que, tendo o piloto automático ligado, o nariz dos aviões apontou para baixo..A Boeing enfrenta agora o desafio de provar que os aviões são seguros por entre suspeitas de que sensores e 'software' defeituosos contribuíram para as duas quedas em menos de seis meses..Dagmawit Moges disse ainda que "o inquérito (...) exige uma análise minuciosa e um tempo considerável para se chegar a conclusões concretas".