Dacia Jogger Eco-G ou como poupar 50% a GPL

A Dacia continua a sua aposta nos motores "bi-fuel" gasolina/GPL, uma aposta que se mostra particularmente atrativa com os atuais preços dos combustíveis. Com o Jogger Eco-G, a marca do Grupo Renault consegue ainda oferecer algo que nenhuma outra marca tem.
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O GPL ainda faz sentido? É a pergunta que muitos fazem sobre os "bi-fuel" que queimam gasolina ou Gás de Petróleo Liquefeito. Uma tecnologia que continua a ter vantagens, sobretudo para quem tenha acesso a um dos 340 pontos de abastecimento de GPL que existem no país. O Jogger foi o mais recente Dacia a receber este sistema, um modelo que fica entre uma carrinha e um crossover.

O Jogger é feito com base no Sandero que, por sua vez, partilha a plataforma do Renault Clio. Mas a distância entre-eixos aumentou 293 mm. O comprimento cresceu ainda mais, para aumentar o volume da mala e, para poder ter uma versão de sete lugares. No total, temos um carro com 4547 mm de comprimento. O estilo é uma variante do Sandero Stepway, na frente, com uma traseira cortada na vertical. Simples, mas atrativo.

A posição do banco é mais alta que uma carrinha normal e o tablier tem o mesmo desenho do Sandero. O volante está bem colocado, com ajustes suficientes e apenas falta um pouco mais de apoio lateral nos bancos. A qualidade dos materiais é mais que razoável, para o preço. Claro que há plásticos "simples" e alguns acabamentos imperfeitos. Mas também há aplicações texteis que fazem subir a perceção de qualidade. O ecrã tátil central é simples e muito fácil de usar. Os comandos da climatização são botões físicos e não obrigam a desviar os olhos da estrada. O espaço nos lugares da frente é semelhante ao do Sandero, ou seja, ao nível do Clio. Na segunda fila há muito mais espaço em comprimento e altura, permitindo levar três adultos sem grandes problemas. O que é raro, mesmo em segmentos acima. A mala tem 708 litros e o banco de trás rebate costas e assentos, abrindo um volume de 1819 litros.

O motor arranca sempre em modo a gasolina, não passando muito ruído nem vibração ao habitáculo. A resposta abaixo das 2000 rpm não é fantástica e a caixa manual de seis velocidades não é muito rápida. Mas a condução é fácil, até porque o diâmetro de viragem de 11,7 metros não é exagerado. A primeira e segunda velocidades são curtas, a direção tem o peso certo e a embraiagem é progressiva, tal como o pedal dos travões.

Na cidade, claro que se nota o comprimento do Jogger, sobretudo na marcha-atrás: a tampa da mala fica lá bem longe... Mas os sensores e a câmara incluídos nesta versão Confort ajudam. A suspensão é mais alta que o normal e os pneus de medida 205/60 R16 fazem um bom trabalho em favor do conforto. Só em pisos muito degradados, a suspensão traseira de barra de torção mostrou algum desconforto.

Há um botão para comutar entre consumo de gasolina ou GPL e a suavidade do motor é idêntica quando se muda para GPL. A resposta a baixos regimes até é ligeiramente melhor. O ruído também não mostra nenhuma alteração. Na consola, existe um botão Eco, que torna a resposta do acelerador mais lenta, a diferença é clara e foi este modo que usei para aferir os consumos reais. No meu habitual teste de consumos em cidade, que desta vez teve que ser duplo, registei um consumo de 7,8 l/100 km a andar a gasolina e de 10,3 l/100 km a andar a GPL. Considerando os preços da gasolina 95 simples (1,689€) e do GPL (0,829€) no dia em que estou a escrever este teste, estes consumos traduzem-se em 13,17 euros por cada 100 km a gasolina; e 8,54 euros por cada 100 km a GPL. Uma diferença de 54% a favor do GPL!

Passando para autoestrada, a estabilidade é razoável e a caixa tem a quinta e a sexta longas, para reduzir consumos. Mantendo o botão Eco, os consumos que obtive a 120 km/h estabilizados e com A/C desligado foram de 5,2 litros a gasolina e 9,2 litros/100 km a GPL. Fazendo novamente as contas, isto equivale a um custo por cada 100 km percorridos de 8,78 euros a gasolina e de 7,62 euros a GPL. Aqui a diferença fica-se pelos 15%, a favor do GPL.

O Jogger é mais uma proposta única da Dacia. Não só é um modelo com fortes atributos racionais, como se posiciona no mercado sem rivais diretos. A motorização "bi-fuel" permite poupar mais de 50% em cidade, o que é surpreendente. O preço está ao nível daquilo que é costume na Dacia: simplesmente imbatível.

Dacia Jogger 1.0 TCe Eco-G Confort

Motor: Três cilindros em linha, 1.0 turbo, a gasolina ou GPL

Potência: 100 cv/4600 rpm

Binário: 170 Nm/2000 rpm

Tração: dianteira

Caixa: Manual de 6 velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 12,3 s

Velocidade máxima: 175 km/h

Consumo médio WLTP: 7,8 l/100 km

Emissões em ciclo misto WLTP: 121 g/km CO2

Bagageira: 708 litros

Preço: 18 900 euros

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