Da Rússia com amor
À entrada da casa há instrumentos de música. Tecla dos antigos e modernos, analógicos e digitais, flautas japonesas e indianas, saxofones e guitarras. E pinturas a óleo. E peças restauradas, personalizadas, trazidas de viagens. A conversa foi na sala, com vista sobre o Porto. A Sé e os Clérigos, a câmara e os telhados do centro histórico, tudo alcançado da mesma varanda. Serviu vinho tinto e macarons coloridos até ser noite. Ouviam-se gaivotas e gatos, sinos e a história de amor de Anka e Sasha, o segredo russo mais bem guardado da cidade. Ela é fotógrafa reputada, ele é compositor multipremiado. Tombaram à primeira vista um pelo outro e os dois, ao mesmo tempo, pela capital do Norte de Portugal. Em contra ciclo, trabalham daqui para o mundo. Esta não é uma história sobre economia, é um conto de fadas.
Se a vida não fosse uma sucessão de rasteiras equilibrada com alguns milagres, talvez Anka Zhuravleva, 35 anos acabados de estrear, quase um metro e noventa de altura, cabelo cinza cortado à Principezinho, não fosse quem se tornou: pintora que fotografa com truques de cinema, que usa a câmara para coser os sonhos como quem cria um idioma para comunicar com o mundo e faz do resultado final uma espécie de porta para o país das maravilhas da Alice. O mundo inteiro é do tamanho do seu «olhar de menina de seis anos» e por isso todas as meninas querem ser fotografadas por ela.
Continue a ler esta história, e a ver as fotografias de Anka Zhuravleva, na Notícias Magazine.