Da poluição no Tejo ao excesso de zelo com propostas de Bruxelas

A algumas horas do início da sessão no Parlamento o DN começa a divulgar o que pensam 24 portugueses sobre como está o País após três anos de Governo PS com o apoio da esquerda parlamentar
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Francisco Pinto - Pescador

Para mim as coisas mudaram para pior nestes três anos. Tivemos o problema da Celtejo [relacionada com a poluição no rio Tejo] e isto foi miserável. Agora está a mudar, mas o que se estraga demora muito a recuperar. Não senti que a mudança de Governo tenha melhorado a minha vida. Vivemos muito à base do rio e tivemos este problema. Até ver ninguém se disponibilizou para nos ajudar. Agora o rio melhorou, mas ainda estamos à espera de melhores dias. Estive 11 meses sem trabalhar na pesca e agora o nível de venda está praticamente a zero, as pessoas estão desconfiadas do peixe do rio. E ninguém nos ajuda dizendo que está bom, que é de confiança.

Rui Brás - Tem casa disponível na plataforma Airbnb

O nosso Airbnb foi iniciado em 2017, já na "era" da Geringonça e não antes, por isso temos pouca experiência de como eram as coisas. De qualquer forma, neste último ano já assistimos a um aumento da burocracia, tornando-se cada vez mais difícil um indivíduo entender todos os processos e executá-los sem falhas. O processo de registo em si é simples e passa por uma comunicação à câmara municipal onde se encontra o imóvel, mas quando chega à componente das finanças já não é bem assim. Complica-se com a "obrigatoriedade" do Anexo B e com uma taxação que tem vindo a crescer, sendo neste momento de 30% o valor taxado, quando era um valor anterior em 2016. Está ainda por esclarecer o que se passa com as "mais valias" de um imóvel usado para alojamento local. Aparentemente fica agravado, passando a 95% em vez dos 50% no caso de venda. Basicamente, algo que era acessível a todos sem exceção, esta a ficar restrito a empresas dedicadas que são os únicos com estrutura e capacidade de perceber e implementar todo o processo

Pedro Lino - CEO DIF Broker

A resolução do BANIF, com aumento dos custos para o fundo de resolução, conjugado com a adoção de regras mais restritivas do que as próprias diretivas para regular o setor financeiro marcam os primeiros anos do Governo. Existe um empenho excessivo em demonstrar que Portugal é um país cumpridor e nesse sentido acaba por acatar todas as ordens de Bruxelas e Frankfurt, mesmo que prejudiquem o setor e o torne menos competitivo a nível europeu, forçando a venda das instituições financeiras a entidades internacionais. A banca portuguesa acabou.

Bruno Dourado - Enfermeiro

Antes da geringonça já existiam enfermeiros de primeira e de segunda, depois o fosso ficou ainda maior. Os enfermeiros das Unidades de Saúde Familiares ganham mais do que os dos hospitais, o que faz aumentar a diferença financeira entre as dus categorias. Além disso não se vê outra diferença. Continuam a ser investidos milhões de euros nos cuidados de saude primário mas não há resultados. Os profissionais precisam da continuidade da progressão de carreiras, do descongelamento de vencimentos para estarem motivas e nada disso aconteceu.

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