Da depressão às pernas por depilar, Adele abre o coração à Vanity Fair

A cantora que mais discos vende atualmente abordou temas como família, carreira, telemóveis e, claro, as eleições nos EUA
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Para assinalar o final da sua digressão mundial, que acontece já no próximo dia 21 em Phoenix, EUA, Adele protagoniza uma entrevista intimista, em jeito de "despedida", à revista Vanity Fair, na qual fez várias revelações inéditas. Uma delas o facto de ter sofrido de depressão após o nascimento do filho, Angelo, em 2012. "Tive uma depressão pós-parto muito complicada depois de ter tido o meu filho e isso deixou-me assustada", admitiu, acrescentando que um segundo filho não está nos planos.

Apesar de ter salientado que ama Angelo, fruto da relação com Simon Konecki, "mais do que tudo" na vida, Adele sentiu, na altura, que era uma má mãe e que tinha "tomado a pior decisão" da sua vida. "A decisão de não ter filhos é muito corajosa. Eu e as minhas amigas sentimo-nos pressionadas para ter filhos, porque é isso que os adultos fazem."

Sem papas na língua, a artista britânica, de 28 anos, falou sobre o facto de ter decidido depilar as pernas - há um mês que não o fazia - com medo de que os fãs na primeira fila dos seus concertos reparassem. Lisa Robinson, jornalista que conduziu a entrevista, questionou se Simon Konecki se importava com o facto de Adele não depilar as pernas. "Ele não tem hipótese. Nenhum homem irá dizer-me para depilar as pernas. Depilem as deles", atirou, entre risos.

Apesar da crueza das suas palavras, a cantora não poupou elogios ao companheiro de cinco anos. "É a relação mais séria que já tive na minha vida. Temos um filho e vivemos juntos", disse, acrescentando que Simon Konecki é "perfeito" e que nunca se "sentiu ameaçado" com o seu sucesso.

Nesse sentido, Adele não tem dúvidas de que a sua família é mais importante do que "qualquer digressão" que alguma vez faça. "Se a minha relação com o Simon ou com o Angelo começar a ficar prejudicada, abandonarei qualquer digressão. A minha vida é mais importante do que qualquer coisa que esteja a fazer. Como é que vou escrever um álbum se não tiver uma vida? Se não tiver vida, não faz sentido", justificou.

Aliás, a intérprete de Someone like You ou Hello chegou mesmo a afirmar à Vanity Fair que não compreende o fascínio em torno das digressões e que ficava bem se "nunca mais ouvisse os aplausos". Falando nisso, para Adele não há nada mais irritante do que pessoas agarradas aos telemóveis durante os seus concertos. "Antigamente estava no palco para o público. Agora, estou para 18 mil telemóveis. É bonito por causa das luzes, mas a verdade é que ninguém observa o mundo porque passam o tempo todo ao telemóvel."

Apelo ao voto nas eleições

Apesar de ser britânica, Adele está ciente da importância das eleições presidenciais dos EUA, que se realizam na próxima terça-feira, dia 8. A cantora já tinha declarado a sua preferência pela candidata democrata, Hillary Clinton, que inclusivamente festejou o seu 69.º aniversário, a 26 de outubro, num concerto de Adele em Miami. Sobre o candidato republicano, Donald Trump, Adele afirmou que apenas o conhece do programa O Aprendiz, motivo pelo qual é visto como "uma estrela de um reality show que está a concorrer para presidente". E mandou uma farpa: "Acho que ninguém deveria construir muros ou barreiras desse género. Acho que devemos preocupar-nos uns com os outros", disse, apelando a todos os norte-americanos que exerçam o seu direito de voto.

De resto, não é exagerado falar-se num regresso triunfante de Adele, há um ano, com 25. O terceiro álbum já vendeu mais de 20 milhões de exemplares, tendo liderado as tabelas de mais de 25 países e vencendo quatro Brit Awards. O disco bateu ainda os recordes detidos até ali pelos NSync (nos EUA) e pelos Oasis (Reino Unido), com a primeira semana de um álbum com mais cópias vendidas de sempre.

No YouTube, a britânica também tem razões para celebrar: o teledisco de Hello, realizado pelo jovem aclamado Xavier Dolan, já soma quase dois mil milhões de visualizações, sendo o sexto vídeo mais visto de sempre nesta plataforma.

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