Curso com média mais alta não escapa a corte de vagas. Veja as listas do superior

Veja as listas do superior. Engenharia Aeroespacial, do Técnico, é um dos cursos afetados pelos cortes em Lisboa e Porto. Universidades poupam Medicina mas Direito e Engenharias também sofrem reduções de dezenas de vagas para 2018-19
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Se entrar no curso de Engenharia Aeroespacial do Instituto Superior Técnico (IST) já era façanha apenas ao alcance de um núcleo muito restrito de alunos (18,8 valores de nota do último colocado em 2017), no próximo ano a competição por este curso da Universidade de Lisboa, há dois anos no topo da exigência em termos de acesso, será ainda mais difícil. Em 2018-19, este mestrado integrado passará a contar apenas com 80 vagas, menos cinco do que no último ano, não escapando ao corte de 1066 lugares em Lisboa e Porto determinado pelo Ministério do Ensino Superior, em benefício das instituições fora dos dois principais centros urbanos do país.

Na capital, este corte de 5% em relação às vagas abertas no ano passado afeta por igual as três principais universidades: a Universidade de Lisboa (ULisboa), a Nova de Lisboa e o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, bem como o Politécnico de Lisboa e a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Apenas a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril tem uma quebra ligeiramente inferior, de 4,9%. A ULisboa, por ser a instituição que leva mais lugares a concurso, é naturalmente aquela que mais perde, num total de 383 vagas a menos.

Já na Invicta, a Universidade do Porto cortou também 5% das vagas, perdendo 208 lugares. O corte de cinco vagas, para 65, no curso de Ciências da Nutrição, numa altura em que esta instituição acaba de ser considerada a 12.ª melhor do mundo na área da Ciência e Tecnologia Alimentar pelo prestigiado ranking de Xangai, não deixa de ser também um aspeto em destaque. Na mesma cidade, a Escola Superior de Enfermagem do Porto reduz 4,8% dos lugares e o Politécnico do Porto 4,3%.

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Medicina poupada, Direito perde dezenas de lugares

Com exceção de algumas áreas apontadas como estratégicas nestes concursos, como as Tecnologias da Informação e Comunicação e a Física, onde a ordem era para reforçar ou pelo menos manter a oferta, o governo deixou ao critério das instituições definirem os cursos abrangidos pela redução de vagas.

Medicina, com numerus clausus, também não perde um único lugar nas universidades de Lisboa e Porto, nem ganha noutros locais, mantendo exatamente os mesmos 1517, a nível nacional, dos concursos iniciais do ano passado (em que viriam a ser adicionados quatro lugares).

Já nas restantes áreas, as instituições em causa optaram, regra geral, por não suprimir ou reduzir radicalmente a oferta de nenhuma licenciatura, distribuindo as reduções pelas diversas formações. Incluindo o Direito. Neste curso, entre Lisboa e Porto foram suprimidos 35 lugares em relação ao ano passado. Isto, no caso da Universidade de Lisboa, tendo ainda parte significativa da oferta sido transferida para o regime de pós-laboral (86 lugares), que tinha desaparecido no ano passado, com o regime diurno a manter "apenas" 445 vagas, menos 115 do que em 2017.

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Total de vagas volta a aumentar a nível nacional

As reduções em Lisboa e Porto destinaram-se a discriminar positivamente as instituições das restantes zonas do país. E foi precisamente isso que sucedeu, com várias universidades e politécnicos a registarem ganhos significativos da oferta. Percentualmente, a maior beneficiária da medida foi a Universidade de Évora, que colocou a concurso 1175 lugares, num aumento de 8% em relação ao ano passado. O Politécnico de Coimbra veio logo a seguir, com mais 6,7% de lugares a concurso. A maioria das restantes instituições optou por incrementos de 5%, com algumas a decidirem-se por evoluções mais comedidas. Foi o caso da Universidade de Coimbra, que aumentou a sua oferta em 2,1%, para um total de 3257 lugares. O Politécnico de Santarém, com um corte de 7,3% na oferta, foi a única instituição fora de Lisboa e Porto a reduzir vagas. Já a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e a Escola Náutica Infante D. Henrique (Paço de Arcos) não mexeram na oferta.

No balanço global, o corte de 1066 vagas em Lisboa e Porto foi compensado por um aumento de 1080 lugares no resto do país. Assim, o total de vagas nos concursos nacionais aumentou, pelo terceiro ano consecutivo, para um total de 50 852 lugares.

Por subsistemas, os institutos politécnicos ganharam 300 lugares, para um total de 22 714, passando a representar 45% de toda a oferta (mais um ponto percentual do que em 2017). Já as universidades perderam 286 lugares.

Por áreas, a Engenharia e Técnicas Afins - apesar de cortes significativos em Lisboa e Porto, nomeadamente na Engenharia Civil - continuam a dominar a oferta, registando mesmo um incremento de mais de 200 lugares, para um total de 9277. No Direito, também graças à compensação feita pelo aumento da oferta fora de Lisboa e Porto, a quebra global é pouco significativa, com 1851 lugares a concurso, menos quatro do que há um ano. Já na Saúde, o efeito da redução da oferta nas escolas de Enfermagem de Lisboa e Porto dita uma quebra de 30 lugares, para 6707.

Refira-se que, além dos concursos nacionais, foram ainda criados 708 lugares para cursos em que, pela sua natureza, a candidatura é feita através de concursos locais, organizados pelas próprias instituições.

A primeira fase de candidatura ao ensino superior arranca nesta quarta-feira, através do portal da Direção-Geral do Ensino Superior, com a divulgação dos resultados a acontecer no dia 10 de setembro.

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