Tentámos fazer a entrevista no verão, mas Bernardo Conde estava em Madagáscar. Uma situação normal, já que passa, em média, seis meses por ano fora de Portugal. Licenciou-se em Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais, mas foi na fotografia e nas viagens que encontrou o seu lugar. Aos 42 anos, é fotógrafo, formador, líder de viagens. Recebe-nos nos Trilhos da Terra, um espaço cultural, galeria, local de workshops e tertúlias, que nasceu na cave de sua casa. Fala-nos de como a solidão do pastor Adelino o transformou, e de como a grandeza da pequena Niri o deitou ao chão. Agora, prepara-se para a segunda edição de um dos seus mais recentes projetos: o National Geographic Exodus Aveiro Fest. Um festival que reúne em Aveiro, a sua terra natal, grandes nomes da fotografia e do vídeo com o objetivo de "inspirar as pessoas a ir, a sonhar e a ser livres". Apesar de todo o feedback positivo que teve, é-lhe difícil medir o sucesso. Diz que talvez seja como quando viu a primeira manada de elefantes no Quénia: ainda não acredita que aconteceu..Houve um episódio, em 2010, que mudou a sua forma de fotografar. O que aconteceu?.Até esse ano, o meu percurso estava muito ligado à fotografia de natureza. Num certo dia, na estrada nacional 15, sou obrigado a parar o carro no meio de um rebanho de ovelhas. Andava a fazer trabalho técnico, na área do ambiente, a acompanhar a obra do túnel do Marão. Estava muito calor. Tinha a janela aberta, e de repente entrou-me a cabeça de um senhor no carro, a agradecer não ter atropelado nenhuma ovelha. Começou a conversa de circunstância: quem era, o que fazia, para onde ia. Eu olhava para a cara do senhor e só pensava: que grande foto. Mas não tinha à vontade para pedir. Sou uma pessoa que gosta de se relacionar, mas, enquanto fotógrafo, nem sempre é fácil pedir para fotografar. Despedi-me do senhor. Mas andei com o carro 300 metros e encostei. Fui a correr atrás dele e perguntei-lhe se podia fotografá-lo..Ele aceitou?.Inicialmente disse que não, por uma razão muito óbvia. Tinha uns 70 anos e estava com roupa de ir para o monte. As poucas vezes que tinha sido fotografado, teria sido com roupa de domingo. Mostrei-lhe que não tinha de ter vergonha, e comecei a fotografá-lo e a conversar com ele. Entretanto surgiu uma situação engraçada. Queria fazer uma fotografia de perfil, porque ele de frente parecia uma pessoa - o Popeye querido - e de lado parecia um homem imponente. Ele não sabia o que era uma fotografia de perfil. Eu rodava, ele rodava comigo. Andámos a dançar durante uns segundos, até que lhe disse para ficar quieto. O grande clique foram duas expressões que o senhor Adelino me disse em jeito de despedida. Quando lhe mostrei as fotografias digitais - que ele nunca tinha visto - disse-me: "O senhor está a ser tão meu amigo." Foi um chapadão, fiquei atordoado. Fiz mais umas fotografias e, no momento de ir embora, disse-me: "Venha-me ver mais vezes." E isso mandou-me completamente ao chão..Como é que isso alterou a sua maneira de fotografar?.Percebi que aplicar a fotografia apenas à questão dos bichinhos e da natureza seria uma completa idiotice. A fotografia pode causar a diferença na vida das pessoas. Muitas vezes, nem se tem a perceção do quão é importante a interação que o fotógrafo pode ter na quebra da solidão das pessoas. Andei semanas a pensar naquilo. Fui fazer o caminho francês de Santiago e a maior parte das fotografias que fiz foram retratos..Até então, não fotografava pessoas?.Muito pouco. Ou nada. Costumo contar isto aos meus alunos para que não cometam aquilo que considero ter sido um erro meu. Quanto mais versáteis nós formos, melhor. O que podemos ganhar nesta interação de experiência de vida é brutal. Não vamos só ganhar portfólio, podemos ganhar um amigo, uma pessoa para ir visitar mais vezes. Sendo do tempo dos dois canais, as minhas referências eram os postais de escaparate, com tudo limpinho, pessoas zero. Mas essa é a fotografia que toda a gente vai fazer. Se na praça mais bonita do mundo, temos o enquadramento perfeito e esperamos que a dona Maria passe com os dois sacos, temos a foto que mais ninguém vai ter. Por isso, faço sempre um apelo a incorporarem as pessoas nas fotografias. Pode ser a única prova que a pessoa existiu e passou ali..Se não se tivesse cruzado com o pastor Adelino, o seu percurso teria sido diferente?.Penso que teria demorado mais tempo. O clique não tinha sido tão forte..Foi visitá-lo mais vezes?.Assim que retomei o trabalho, procurei-o. Mas não consegui chegar ao ponto onde o tinha encontrado, por causa das obras. Fui fazer o meu trabalho, que envolvia 24 pontos de monitorização. Quem é que encontro num desses pontos? O senhor Adelino. Podia ser romanceado, mas não. Foi mesmo assim. Fiquei duas horas a falar com ele, pedi-lhe a morada, e comecei a visitá-lo regularmente. Era viúvo, abandonado pelos filhos. Pensei fazer um "querido mudei a casa" ao senhor, mas nunca consegui chegar à conversa com os filhos. Chegaram a mandar recado pelos vizinhos, dizendo que eu era um mafioso. Não fiz nada. Mas visitava-o, levava-lhe roupa e comida mole, porque ele já só tinha um dente. Foi como um avô. Arranjei uma referência de uma figura que já não tinha. Foi uma pessoa deixada ao abandono pela estupidez. Casos como o dele devem existir centenas em Portugal. De vez em quando, levava lá os meus amigos para o conhecerem. Se ele não tivesse morrido, a minha ideia era que, além da minha visita, ele recebesse outras..Quando viaja, vai à procura de alguma coisa em particular?.Se puder haver interação humana, melhor. É por isso que a viagem mais forte que faço é a de Madagáscar, porque em cada esquina temos interação humana. Aliás, devo parecer a rainha de Inglaterra, porque faço os quilómetros todos a acenar às pessoas. Ultimamente faço um exercício: cumprimento as pessoas nos aeroportos, porque a solidão não acontece só nos meios rurais. Existe muito no nosso dia-a-dia. Há pessoas que se vê que vão completamente enfadonhas, e de repente têm um estranho a dizer-lhe olá. É dizer-lhe: tu existes. O power que podemos ter com estas pequenas ações é muito forte. Há expressões faciais únicas que levamos. Em Madagáscar, eles sorriem com os olhos. É qualquer coisa..Já passou por países como Islândia, Laos, Camboja, Tailândia, Quénia, Marrocos, Itália, França, Espanha.Quais as viagens que mais o marcaram?.Do ponto de vista das paisagens, a Islândia. Tens quedas de água, vulcões, uma paisagem em bruto, que se transforma com glaciares que derretem, nova formação de gelo e afins. É extraordinário. Do ponto de vista das pessoas, São Tomé e Madagáscar. E as duas mais ou menos pela mesma razão. Em ambos os sítios, há um modo de vida mais lento e a afabilidade das pessoas é extraordinária. São muito gentis..Identifica-se mais com esse estilo de vida?.Em parte sim, porque quando lá estou me faz sentir bem. No meu dia-a-dia, não sou propriamente uma pessoa de estar à espera que as coisas aconteçam, até porque tenho sempre muita coisa para fazer, entre o trabalho como líder de viagens, a Trilhos da Terra, o festival Exodus. Mas quando vamos para aquele país, o chip entra. Ambiciono que a vida me traga qualidade para poder desacelerar, não totalmente ao ritmo africano, mas no intermédio. Admiro a resiliência desses povos. Outro país que faço é a Mongólia. Aí, é de tirar o chapéu às pessoas que conseguem manter o nomadismo, que vivem em tendas com temperaturas de menos 30 ou 40 graus. Aquelas pessoas continuam a viver ali, para ter meio de subsistência. Precisam de ter aquele modo de vida para continuar a ter cabeças de gado. Sempre que chego a Aveiro, sinto que isto é o paraíso. As pessoas queixam-se dos buracos, que isto e aquilo está a ser mal feito na cidade. Isto é muito tuga, o portuguesismo de dizer mal. É preciso vir o Miguel Esteves Cardoso dizer que, à escala, Aveiro é perfeito. As pessoas da terra tendem a falar mais dos problemas e pouco das coisas boas..As viagens fizeram que valorizasse mais a cidade de Aveiro?.Já valorizava. Tanto que, quando pensava em decidir a minha vida, ir para Lisboa ou Porto não era opção. Aveiro oferece uma qualidade de vida que poucas cidades têm. Temos mar ao pé, serra perto, boas escolas, um bom hospital. As pessoas falam mal do sistema de saúde português, mas é dos melhores do mundo. Ninguém valoriza isto. Vão para Madagáscar. Claro que há coisas a melhorar, mas não estamos tão mal assim..As viagens mudaram-no enquanto pessoa?.Têm-me mudado principalmente na forma de observar o mundo, e ver o que é essencial para nós e para eles. Ou na importância do valor da vida humana. Aqui, vais a uma marisqueira e podes pagar oitenta a cem euros por uma lagosta. Em Madagáscar, há pescadores que se enfiam num barco, numa casca de noz superleve, entram no mar revolto... E aquelas lagostas valem menos de dez euros. São pessoas que arriscam a vida por dez euros. É uma diferença de escala brutal. Neste momento, estou a apoiar uma família de lá, porque houve uma miúda que me cativou numa viagem..Quem é essa miúda?.Há a versão idosa que é o senhor Adelino e há a versão infantil que é a Niri. Eu não tenho filhos, mas, apesar de ela nem se aperceber - porque a nossa comunicação ainda é rudimentar -, tenho um carinho por ela, que é como se fosse uma filha. Conheci-a em 2015, numa viagem de comboio de 160 quilómetros, que pode demorar entre 12 e 20 e tal horas. Há 16 comunidades que dependem do comboio. Em cada paragem, é como se visitássemos uma aldeia, porque as pessoas estão lá todas, a vender chamuças, frutas exóticas, especiarias. O nível de pobreza é muito grande. Se esticarmos um pacote de bolachas aos miúdos, vão destrui-lo e ninguém come nada. Por isso, a minha política é partilhar enquanto estou a comer. Vamos falando, e estando. Quando conheci a Niri, vi que ela ia guardando a comida no bolso. Antes de ir embora, pus-lhe mais coisas nos bolsos. Quando virei costas, ela estava a partilhar com os miúdos à volta. Numa realidade onde a competição é brutal, isso mandou-me ao chão..Também voltou a visitá-la?.Ao longo dos últimos anos, voltei a encontrá-la, e ela mantinha a postura. Comecei a pensar como é que podia contribuir para que ela não dependesse daquela linha de comboio. Isso só não vai acontecer se ela tiver boa educação. O salário mínimo lá são 40 ou 50 euros. Então, falei com o pai e disse-lhe que todos os meses ia injetar 50 ou 60 euros, se ele me garantisse que a Niri ia à escola e aprendia francês. Tenho um plano de vida para ela, que ela pode não querer. Mas se aprender francês e inglês, fica apta para se safar no país enquanto guia turística. O turismo é a tábua de salvação para muitas pessoas lá. 60 euros podem mudar a vida de uma família. Se posso ajudar, vou ajudar. Assim caímos na utopia dos favores em cadeia. Se tu me ajudas, eu ajudo-te, e a determinada altura está toda a gente com os problemas minimamente solucionados..Faz essas viagens a Madagáscar enquanto líder Nomad. Fora isso, continua a viajar?.Neste momento, não me sobra muito tempo. Passo cerca de seis meses fora e nos outros seis não me resta muito tempo, porque tenho o projeto Trilhos da Terra e o festival Exodus..Como surgiu a ideia de fazer o National Geographic Exodus Aveiro Fest?.Surgiu na sequência dos Trilhos da Terra, que começaram na cave da minha casa. Além da agenda formativa, comecei a ter uma agenda cultural, com sessões de cinema, tertúlias de viagem. Queria incentivar as pessoas a viajar, nem que fosse sem sair do sítio. Em 2014, senti que tinha de dar o salto, e apareceu este local, com espaço para exposições, uma parede para projeções. No ano seguinte, visitei um festival de fotografia incrível em Itália, em Cortona, e pensei que seria interessante reproduzir algo parecido em Aveiro. Fiquei a pensar naquilo. Falei com dois fotógrafos amigos - o Pedro e o Gonçalo - e lancei-lhes a ideia do projeto. Foi um momento de insanidade mental. E concretizou-se. Começámos a enviar convites, e o nosso espanto foi que 95% dos fotógrafos convidados aceitaram. Falámos com a câmara. E a determinada altura, queríamos fazer só um festival, mas criámos um monstro..E com o apoio da National Geographic....Eles quiseram associar-se e, com isso, veio a responsabilidade de criar um evento que, logo na primeira edição, desse um salto gigantesco. Muitas pessoas perguntam: porquê Aveiro? Porque a transposição do Cortona se adequava a uma cidade como Aveiro e porque é bom haver descentralização dos eventos culturais no nosso país. E penso que foi essa descentralização que criou a moldura humana brutal que temos aqui. Quem vem, é porque realmente quer. Foi muito, mas mesmo muito inspirador. Reunimos a viagem e a fotografia, para ver como podia ser uma fonte de inspiração para fotógrafos e não fotógrafos. Temos masterclasses, palestras inspiracionais. Queremos inspirar as pessoas a tirarem o rabo do sofá e a irem conhecer sítios, ou, mais do que isso, a pegarem nos projetos que têm na gaveta. É um botão da proatividade. Quanto mais experiências proporcionarmos à nossa vida, mais rica ela vai ser..Como é que alguém licenciado em Engenharia A mbiental se transforma num fotógrafo e viajante?.Costumo dizer nos workshops que fui parar à fotografia por um imprinting inconsciente de quando era miúdo. O quarto de casa dos meus pais era forrado a cortiça e tinha pósteres de fotografia de natureza a decorar as paredes. Não fui eu que os escolhi, foi a minha mãe que os arranjou. E desde sempre que os meus programas de televisão favoritos eram os documentários de vida selvagem. Tinha uma grande afinidade com as questões da natureza. Os meus livros preferidos, por exemplo, eram aquelas enciclopédias onde podíamos ver os ecossistemas, os bichos e afins. O mundo da imagem, e mais inconscientemente da viagem e dos sítios diferentes, começou a entrar-me pelo imaginário na infância. Aos 15 anos, passaram-me uma máquina fotográfica para as mãos para fotografar uma atividade dos escuteiros. Gostei dessa experiência, e acabei por descobrir uma Reflex lá em casa. Aos 18, quando entrei para a universidade, a associação académica começou a promover formações em parceria com o Instituto Português de Fotografia, e eu frequentei algumas. Fiquei com o bicho, de tal maneira que comecei a comprar as primeiras objetivas..Chegou a exercer na área?.Sim. Em 2001 fui fazer um estágio profissional com uma bolsa do Instituto de Conservação da Natureza e, durante um ano, estive a fazer sistemas de informação geográfica em Coimbra. Foi nessa altura que comecei a investir em mais material e mais formação. Não sou aquele fotógrafo que fez um curso profissional de fotografia, mas fui fazendoworkshops mediante as minhas áreas de interesse. Comecei a frequentar workshops de fotografia de natureza e mais tarde de viagem. Pelo meio, já eu era dirigente nos escuteiros, pediram-me para dar algumas oficinas de fotografia numa atividade. Dei e gostei. Em 2007, enquanto exercia a minha atividade como engenheiro do ambiente, não estava cem por cento satisfeito com a vida, e pensei em criar um plano B..Porquê?.Caiu um governo durante o meu estágio, os dinheiros estavam bloqueados, e o orientador disse que queriam ficar comigo, mas teria de aguentar algum tempo. Entretanto fui a uma entrevista na Santa Casa da Misericórdia de Aveiro para dinamizar uma quinta. Criei o projeto da Quinta Ecológica da Moita, que ainda existe, mas não atingiu em pleno tudo aquilo que pode dar. Quinze anos depois, dá passos muito pequenos, porque a vocação de uma Santa Casa não é educação ambiental, nem tem grandes recursos. Em 2007, percebi que não conseguia fazer muito mais com os recursos que existiam. Decidi apostar nos workshops de fotografia, e criei os Trilhos da Terra, que ofereciam serviços na área da engenharia ambiental, fotografia, passeios fotográficos. Dava workshops ao fim de semana e, na fase inicial, mais com pessoas do Porto, Gaia, Coimbra, Viseu. Tive gente que vinha de Mogadouro. As pessoas de Aveiro eram 10% ou 20%. Hoje em dia, há uma inversão disso. Lá para 2011, decidi acabar com a vertente ambiental..Quando é que começou a viajar?.Comparado com as novas gerações, costumo dizer que sou um viajante retardado, porque hoje em dia começam a viajar antes de ter 18 anos. Comecei em 2004, aos 28 anos, com uma viagem ao Quénia. Marcou-me muito, de tal maneira que é aquela viagem que ainda não acredito que fiz. O impacto de veres uma manada de elefantes passar à tua frente foi inesquecível. E mágico. Tenho de repetir. Aconteceu-me uma peripécia engraçada. Tinha comprado a minha primeira máquina digital uma semana antes. Logo no primeiro dia, prendi mal a presilha e ela foi direita ao chão. O sistema de focagem avariou. Nunca chorei tanto na vida, confesso. Moral da história: tive de ir com a analógica. Gastei 42 rolos..Viajou sozinho?.Não. Essa viagem caiu-me do céu. A minha mãe teve um problema de saúde e teve de ser operada. O meu pai, que era a pessoa que ia na viagem, não pôde ir, e eu fui no lugar dele. Há males que vêm por bem..Foi a sua primeira grande viagem?.Sim. Antes disso tinha apenas pequenas incursões nos países da Europa mais próximos. Ainda não me tinha metido num avião e feito milhares de quilómetros para outro continente. Depois andei uma fase em que o meu modo de viajar era colecionar experiências de Caminhos de Santiago. Fiz Santiago Finisterra, algumas etapas do caminho português. E depois de ter conhecido um senhor francês de 75 anos que bateu com a porta de casa na Bretanha para ir, decidi, em 2010, fazer o caminho francês sozinho. Fiz as trouxas, e meti-me ao caminho. Repeti a experiência em 2011. No ano seguinte fiz o caminho primitivo. Para quem quer fazer uma viagem e ter uma experiência humana brutal, recomendo os Caminhos de Santiago. No francês, damos uma volta ao mundo sem andar de avião. As pessoas do resto do mundo estão todas ali. Conhecemos pessoas de todos os continentes. Essa multiculturalidade é uma experiência muito boa. As pessoas têm disponibilidade e abertura para ajudar no que for preciso. É uma experiência que mostra o lado melhor daquilo que podemos ser. Às vezes as pessoas pensam em grandes viagens como algo complexo, quando há coisas muito simples, do ponto de vista de enriquecimento pessoal. E até podem surgir oportunidades de trabalho, se estivermos disponíveis..Isso aconteceu-lhe?.Sim. Foi no Caminho de Santiago Finisterra. Estava num albergue privado, onde existia uma vacaria com produção de leite. Vi uma senhora a ir alimentar as vacas. Fui com ela, e ao fim de 15 minutos ofereceu-me trabalho. Qualquer dia ainda bato à porta da Marisol. Para quem gosta de fotografia, é fácil criar um projeto de fotografia ali, onde passam montes de peregrinos. Quanto mais aberto e disponível fores, mais podes colher das viagens.