Cuidadores já têm uma associação para defender os seus interesses
Começou por ser um sonho de cinco pessoas que um dia se cruzaram no Facebook com os mesmos problemas, dúvidas, medos, receios e coragem. Todos tinham um familiar com Alzheimer de quem assumiram a responsabilidade de cuidar.
O grupo acabou por se tornar um movimento e não mais parou nesta cruzada de lutar por quem está nesta situação. Aos poucos, foram-se juntando cuidadores de pessoas com outras demências, deficiências, doenças crónicas, oncológicas.
Até que há dois anos lançaram uma petição que tinha em vista a criação de um estatuto que enquadrasse as suas funções. A petição foi entregue a um relator no parlamento e em março deste ano desceu à comissão. Hoje estão a ser ouvidas 20 associações de doentes para dizerem aos deputados o que têm vivido, desde o aceitar das das doenças dos familiares ao desemprego, muitas vezes.
A associação que agora se constituiu com 34 sócios tem como objetivo apoiar, informar e dar formação a quem necessita. Como diz Maria dos Anjos Catapirra, cuidadora de uma irmã a quem foi diagnosticado Alzheimer com 48 anos, "deparamo-nos com uma situação para a qual não temos qualquer formação e é preciso saber algumas coisas, saber fazer e e saber dar os cuidados de que precisam".
Desta tarde no Parlamento, esperam levar a garantia de que um dia, em breve, terão um estatuto que enquadre as suas funções, um estatuto que lhes "dê dignidade".