Cuba no centro de debate entre Clinton e Sanders
Cuba esteve no centro do debate de quarta-feira entre os aspirantes à nomeação democrata para a presidência dos EUA, com Hillary Clinton a criticar os irmãos Castro e Bernie Sanders a pedir o fim do embargo.
"O povo cubano merece que os seus direitos sejam respeitados. Os [irmãos Raúl e Fidel] Castro devem ser considerados autoritários e ditadores. Espero que um dia haja em Cuba líderes que sejam eleitos pelo povo", afirmou Clinton, ao ser questionada sobre o início da normalização das relações entre os Estados Unidos e Cuba, durante o debate que decorreu em Miami (Florida).
Por seu lado, Sanders defendeu que "o embargo deve terminar" e ser preciso "avançar para uma relação totalmente normalizada com Cuba".
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"Espero que tão breve quanto possível seja um país democrático. Mas, por outro lado, não seria bom não admitir que avançaram na saúde e na educação. Estão a enviar médicos para todo o mundo", realçou o senador do Vermont, autoproclamado socialista democrata.
"Creio que restaurar as relações diplomáticas por completo com Cuba melhoraria a vida dos cubanos e ajudaria os Estados Unidos", insistiu.
A ex-secretária de Estado atacou o seu rival, recordando-o de que, numa entrevista em 1985, falou da "revolução dos valores" em Cuba.
"Não posso estar mais em desacordo. Se os valores são reprimir, fazer desaparecer, prender pessoas por emitirem a sua opinião, não é o tipo de revolução que gostaria de ver", afirmou.
Sanders e Clinton encontraram-se na noite de quarta-feira num debate com moderação e intervenções bilingues em inglês e espanhol (ainda que os dois apenas tenham falado em inglês), organizado conjuntamente pela Univisión e pelo The Washington Post.
Sanders e Clinton disputam a nomeação com candidatos do Partido Democrata nas eleições presidenciais norte-americanas marcadas para novembro.