Crónica de Dora Mota: a comida é pontuação do tempo

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Outro dia, a minha mãe deixou-me o almoço no muro do quintal, em dois volumes bem embrulhados em toalhas de pano. Num e outro, uma assadeira com carne e batatas assadas e um tacho de arroz. Se um dia chegar ao céu, sei que me vai cheirar àquilo que emanava das toalhas grossas: um aroma ténue que anuncia algo de grandioso, que nos atingirá com ...

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