Crítica: Regresso à casa de partida sem nunca nos assustar
Ainda há blockbusters com pompa e cerimonial a sério. Esta nova vida de Jurassic Park não é apenas mais um. Tem uma verdadeira carga de acontecimento. Colin Trevorrow, escolha de Spielberg para reformular o franchise, traz o deslumbramento perdido e as sinalizações geek que o seu anterior Safety not Garanteed (2012, inédito entre nós) já indiciavam. O resultado é um espetáculo que faz esquecer a pasmaceira de Parque Jurássico III (2001), de Joe Johnston e venera os dois primeiros filmes da série.
Duas décadas depois do caos instalado em Jurassic Park, há um novo parque de dinossauros na Costa Rica. Chama-se Jurassic World e continua a criar todo o tipo de dinossauros através de uma impressionante tecnologia de ponta aplicada à genética. Para continuar a atrair milhões de turistas, a administração aposta num novo dinossauro, ainda mais poderoso do que o T-Rex. O problema é quando a nova criatura consegue sair do seu bloco e instala o pânico em toda a ilha...
Onde Mundo Jurássico falha em não atingir a excelência dos filmes de Spielberg é na sua indecisão de seguir os caminhos do chamado monster movie. Quando é seguidor de uma eficácia de série B consegue sempre pôr-nos em sentido, mesmo sem nunca nos assustar. O medo que Spielberg criou foi-se, como qualquer tipo de efeito de novidade. Não há, portanto, qualquer gancho novo. O que sobra é uma fluência de espetáculo de ação e suspense. Não é preciso também lembrar que os efeitos visuais estão com o upgrade da norma...
Classificação: 3/5
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