Cristina Kirchner é candidata de novo. Desta vez à vice-presidência

A ex-presidente da Argentina, contra todas as expectativas, não vai candidatar-se de novo ao cargo hoje ocupado por Mauricio Macri, mas à de vice-presidente.
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Cristina Fernández de Kirchner vai ser candidata à vice-presidência nas eleições marcadas para 27 de outubro. A antiga primeira-dama e presidente peronista anunciou num vídeo postado nas redes sociais que vai concorrer ao cargo de vice com o ex-chefe de gabinete Alberto Fernández como candidato presidencial.

"Pedi a Alberto Fernández para liderar uma equipa que integraremos juntos, ele como candidato a presidente e eu como candidata ao cargo de vice", disse Kirchner num vídeo de quase 13 minutos.

"Alberto, que conheço há mais de 20 anos (...) foi chefe de gabinete durante toda a presidência de Néstor [Kirchner]. Vi-o ao seu lado decidir, organizar, resolver e procurar sempre a maior abertura possível do governo", recordou. "Aqueles foram tempos difíceis mas estes que estamos a viver são realmente dramáticos", afirmou.

Os argentinos irão às urnas em outubro, com Mauricio Macri cada vez mais criticado devido à recessão e à inflação que marcam a segunda maior economia da América do Sul.

A inesperada decisão de Kirchner, de 66 anos, vai agitar uma corrida eleitoral que se aguardava entre o liberalismo de Macri e o populismo de Kirchner.

Presidente entre 2007 e 2015, Cristina Kirchner tem um núcleo forte de seguidores embora muitos vejam com ceticismo o seu regresso. A sua presidência ficou marcada pelos controlos cambiais e pelo aumento de impostos sobre as exportações agrícolas.

Além de chefe de gabinete do presidente Néstor Kirchner, assumiu também essas funções com a viúva de Néstor durante alguns meses. Alberto Fernández, que não tem parentesco com Cristina Fernández Kirchner, é considerado um moderado no campo peronista.

No dia 9, na Feira do Livro de Buenos Aires, Cristina lançou um livro de memórias de 600 páginas, Sinceramente. Milhares de pessoas, dentro e fora do auditório gritaram "Cristina para presidente", mas na ocasião não disse nada sobre o tema.

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