111. Ronaldo histórico salva Portugal: "Este recorde é meu e é único"
Cristiano Ronaldo isolou-se esta quarta-feira na liderança dos melhores marcadores de sempre por seleções ao salvar Portugal com um bis que o deixou com 111 golos de quinas ao peito, na receção à República da Irlanda, a contar para a fase de qualificação para o Mundial 2022, que se vai realizar no Qatar.
No Estádio Algarve, perante a assistência de 7865 espetadores, o astro fez, de cabeça, o golo do empate, aos 89 minutos, após os irlandeses se terem adiantado, o seu 110.º pela seleção, ultrapassando os 109 do iraniano Ali Daei, que tinha igualado durante o Euro2020, antes de consumar a reviravolta no jogo da quarta jornada do grupo A, aos 90+6.
O capitão português, de 36 anos e recém-transferido para o Manchester United, chegou à façanha, 111 golos pela seleção, na sua 180.ª internacionalização AA, e até desperdiçou uma oportunidade soberana para bater o recorde, ao falhar uma grande penalidade, no primeiro quarto de hora.
Assistido por Gonçalo Guedes, primeiro, e João Mário, depois, Ronaldo fez os primeiros golos em 2021/22, depois de ficar em branco em 31 minutos pela Juventus, antes da transferência, num empate com a Udinese (2-2), e chegou aos 40 tentos em jogos a contar para campeonatos do mundo, 33 na qualificação, a que se somam sete na fase final.
"Este recorde é meu e é único. Faltava-me um golo e fiz dois, estou extremamente feliz", afirmou após o jogo. "Dedico a todos os portugueses e a toda a equipa. Foi sofrer até ao fim", acrescentou.
O avançado de 36 anos, que na sexta-feira deixou a Juventus para regressar ao Manchester United, já podia ter superado a cifra no Euro2020, disputado entre junho e julho deste ano devido à pandemia de covid-19 , mas acabou por ficar em branco diante da Bélgica (1-0), em Sevilha, nos oitavos de final, naquele que foi o último jogo de Portugal.
Cristiano Ronaldo entrou no Euro2020 com 104 golos, a cinco do registo de Ali Daei, mas bisou logo de entrada, face à Hungria (3-0), em Budapeste, ainda que já bem perto do final do encontro, primeiro aos 87 minutos, na conversão de uma grande penalidade, e o segundo aos 90+2.
Se demorou a faturar frente aos magiares, face à Alemanha, seleção à qual nunca marcara, assinou um tento logo aos 15 minutos, servido de bandeja por Diogo Jota, num golo que não evitou, porém, uma pesada derrota por 4-2, e que chegou a ameaçar tomar outras proporções.
No terceiro jogo, Ronaldo teve pela frente a seleção que mais vezes defrontara sem marcar, mas, à sétima tentativa, fê-lo a dobrar, graças a dois penáltis, convertidos aos 31 e 60 minutos, o segundo para igualar os históricos 109 golos de Ali Daei.
Com os cinco tentos no Euro2020, Ronaldo também se isolou como o melhor marcador da história dos Europeus: só precisava de um, mas somou cinco, para um total de 14, já mais cinco do que o francês Michel Platini (nove em 1984, em cinco jogos).
O capitão luso é igualmente o jogador com mais encontros em Europeus, num total de 24, e o único futebolista que disputou jogos em cinco fases finais do Europeu, num verdadeiro case study de longevidade, e sem fim à vista.