Crise europeia domina agenda da cimeira hispano-alemã
Fontes do Governo espanhol insistem que o presidente do executivo, Mariano Rajoy, pretende alertar a chanceler alemã para a necessidade de o país pôr em marcha políticas de crescimento que ajudem a União Europeia a superar a crise económica.
Quatro ministros espanhóis - dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, do Emprego e Segurança Social, da Indústria, Energia e Turismo e da Economia e da Competitividade - acompanham Rajoy na visita a Berlim.
Os dois chefes de Governo estiveram reunidos na semana passada, em Santiago do Chile, durante a cimeira UE-América Latina e Caraíbas, num encontro que ocorreu depois de algumas trocas públicas de comentários.
Primeiro, em Davos, Merkel recordou o elevado desemprego juvenil em Espanha (mais de 55%, entre os maiores de 25 anos), defendendo "medidas ponte", ou transitórias, para alguns países, até que as reformas estruturais em curso comecem a ter efeito.
Em resposta, no Chile, Mariano Rajoy disse que se deve exigir que os países da UE em melhores condições, incluindo a Alemanha, arranquem políticas expansivas para que a Europa comunitária possa crescer.
Merkel voltou a responder, afirmando que o seu país está a fazer a sua parte para criar uma zona euro "robusta", e chegando a recomendar que Espanha aproveite as suas vantagens competitivas para exportar mais para a América Latina.
Nos últimos meses, Mariano Rajoy tem subido o tom das exigências a Merkel, considerando que países como a Espanha estão a cumprir os seus compromissos para reduzir o défice.
Na agenda do encontro de hoje, em Berlim, estarão também o contexto do Conselho Europeu dos dias 07 e 08 de fevereiro, em Bruxelas, durante a qual os líderes da UE tentarão chegar a um acordo sobre o orçamento comunitário.