Crise e preços

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Há meio século que não acontecia. A inflação nos 16 países da Zona Euro foi negativa: -0,1%. O nível de preços de agora é marginalmente inferior ao existente há um ano.

Este cenário desenhava-se desde meados do ano passado, com quebras sucessivas na subida mensal dos preços. Mas este valor negativo não é sinónimo de deflação. A deflação não se limita a ser um número reduzido de valores mensais negativos dos preços. A deflação traduz um comportamento continuado de grandes massas de consumidores, por reacção a uma situação de depressão económica. Ela traduz uma expectativa continuada de quebra sucessiva dos preços finais de bens e serviços, que convida a adiar decisões de compra de bens, sobretudo duradouros, o que tem o efeito sobre as empresas de retrair ainda mais a procura, levando a novos cortes na produção e nos preços. Nada disto se passa hoje na Zona Euro. No 2.º semestre deste ano, diluído o efeito da queda brutal em 2008 dos preços dos bens alimentares e dos combustíveis, o IPC voltará a valores positivos, ainda que muito moderados.

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