Crise dos chips e subida das taxas de juro travam vendas automóveis
O mercado automóvel ainda não recuperou o nível de vendas que registava em 2019, o último ano antes da pandemia, de acordo com os dados divulgados ontem pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP). À crise dos semicondutores, que continua a provocar atrasos nas encomendas, somou-se em 2022 a degradação do contexto económico para os consumidores.
"Somos o único setor económico que, certamente, ainda não recuperou os valores de 2019", afirma o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, ao Dinheiro Vivo.
No ano de 2022, o número de novas matrículas registadas até foi 2,8% acima do registado em 2021, mas, em comparação com 2019, as vendas ficaram 30,8% abaixo. "Estamos ainda abaixo dos valores pré-pandemia e isso é muito grave", alerta o dirigente da ACAP, considerando que a dimensão do mercado deixa o país mais exposto às pressões do mercado.
"Estamos a falar de uma perda de 82 mil unidades [em 2022 face a 2019], o que é muito significativo em Portugal", revela, embora a dificuldade de recuperar o nível que se verificava antes da pandemia também seja "uma tendência noutros países, mesmo na Europa".