"Crenças supersticiosas". Dez crianças encontradas mortas e mutiladas na Tanzânia

As crianças estavam desaparecidas desde dezembro. Os corpos foram mutilados tendo-lhes sido sido retirados dentes e orelhas. A polícia deteve um suspeito, familiar de três das 10 crianças.
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Raptadas em dezembro, 10 crianças, foram encontradas mortas na Tanzânia. Os seus corpos foram mutilados, tendo-lhes sido retirados dentes e orelhas. Estes assassinatos estão ligados a "crenças supersticiosas", disse à BBC Ruth Msafiri, comissária do distrito de Njombe, de onde as crianças foram raptadas.

Alguns curandeiros da região dizem às pessoas que partes do corpo humano podem trazer-lhes riqueza e sorte, explicou a responsável. "Pedimos a todos os pais e responsáveis que fiquem alerta e ensinem as suas crianças a perceber as intenções de quem as rodeia", apelou Msafiri em declarações à estação britânica.

Os corpos, alguns também sem membros, foram encontrados na semana passada durante uma operação policial realizada na região. ​​​​​As autoridades detiveram um suspeito, um parente próximo de três das crianças da mesma família.

Crimes relacionados com feitiçaria

O secretário de Estado da Saúde, Faustine Nduguille, disse à CNN que, além de terem sido retirados dentes, a grande maioria dos corpos não tinham os órgãos sexuais. O governante referiu que este tipo de crimes, que tem aumentado no país, estão associados a práticas de feitiçaria relacionadas com rituais de dinheiro.

A vaga de crimes está a ser investigada pelas autoridades. O secretário de Estado da Saúde afirmou à estação de televisão norte-americana que querem identificar os autores destes assassinatos e consciencializar os praticantes de feitiçaria da região a parar com estes atos.

Nuduguille garantiu que estas mortes não estão relacionadas com rituais contra os albinos, que são comuns na Tanzânia e noutros países da África Oriental.

As crianças, com idades entre os dois e nove anos, foram retiradas suas casas durante a noite quando os pais estavam a vender comida num mercado, escreve a BBC.

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