Creches sociais entupidas com milhares de candidaturas de famílias
Maria, três anos, está numa creche do setor social que não tem pré-escolar, pelo que em setembro terá que mudar de instituição. Há vários meses que os pais procuram uma solução nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) no centro de Lisboa. "Queríamos arranjar um espaço onde o irmão, que vai agora para o berçário, também pudesse ficar. A prioridade seria uma IPSS porque temos boas referências", explica o pai, João Alexandre. Pré-inscreveram-se em três, onde ficaram em lista de espera, mas nem sabem qual o lugar que ocupam. Existe a possibilidade de Maria entrar numa IPSS, mas não há vaga para o irmão, que, para ficar o mais próximo possível, terá de ir para uma creche privada, onde os pais vão pagar mais de 300 euros por mês.
Este é um problema que afeta muitas famílias. Mesmo com a diminuição do número de nascimentos em Portugal, há milhares de crianças nas listas de espera nas creches e jardins-de-infância do setor social, onde as famílias pagam consoante os seus rendimentos. Muitas instituições não têm capacidade de resposta para as solicitações e chegam a existir casos em que o número de candidatos é oito vezes maior do que as vagas que são realmente abertas pelas instituições.