Creche encerrada motiva inquérito judicial e 11 crianças observadas em Instituto de Medicina Legal

Onze crianças foram observadas por vários médicos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, na sequência da suspeita de administração de medicamentos para dormir a crianças de uma creche da capital, entretanto encerrada.
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A confirmação foi dada à Lusa pelo director da delegação sul do Instituto de Medicina Legal, Jorge Costa Santos, que confirmou a observação das crianças, mas escusou-se a dar mais informações por o caso estar em "segredo de justiça". Em comunicado, a PSP de Lisboa tinha informado que 12 crianças tinham sido encaminhadas para serem observadas e submetidas a análises no Instituto. O director precisou que foram 11 as crianças que compareceram, tendo uma faltado por estar adoentada, mas aparentemente sem relação com o caso. Costa Santos explicou ainda que o caso está sob a tutela do Ministério Público, que abriu um inquérito judicial.

Uma creche na rua Morais Sarmento foi encerrada na quinta-feira à tarde pela PSP de Lisboa por alegadamente estar ilegal e depois de uma suspeita de uma criança ter tomado um medicamento para dormir. Em comunicado, a PSP explicou que ao final do dia de 01 de Fevereiro, um agente de serviço num hospital foi contactado por uma médica. A profissional de saúde informou que no local se encontrava um pai a acompanhar a filha, e que tudo levava a crer que a criança teria sido "sujeita a medicação própria para criar sonolência durante o período de tempo que esteve na creche". "A suspeita levantou-se uma vez que o bebé estava sonolento durante todo o tempo após o pai a ir buscar à creche" e as análises posteriores confirmou o consumo de um medicamento calmante próprio para adultos", lê-se no comunicado.

O produto em bebés ou crianças, além de outras consequências, pode causar graves problemas nos rins. O mesmo pai quando se deslocou à creche para ir buscar a filha verificou que todas as crianças, cerca de 10, dormiam profundamente. Na sequência destes acontecimentos, na quinta-feira agentes, dois inspetores do Serviço de Fiscalização da Segurança Social e outros dois da Santa Casa da Misericórdia, deslocaram-se ao local suspeito e verificaram que 12 crianças estavam a dormir profundamente. "E o espaço onde as mesmas se encontravam era pequeno e desadequado às circunstâncias, não havendo qualquer licença legal para a prática daquele exercício", acrescentou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.

Os pais foram então notificados para se deslocarem com os filhos ao Instituto de Medicina Legal para serem observados e sujeitos a análises de sangue. O estabelecimento foi encerrado e os pais retiraram as crianças do local. A Lusa contactou a Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia mas ainda não foi possível obter mais esclarecimentos.

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