CP dá razão a revisor e diz que dono da cadela sem bilhete não quis pagar

A CP esclareceu hoje que o dono da cadela que viajava sem bilhete num comboio urbano do Porto se recusou a regularizar a situação e a colaborar com o revisor, que "atuou no escrupuloso cumprimento dos seus deveres".
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A GNR de Estarreja deteve dois jovens, de 19 anos, que recusaram abandonar o comboio onde viajavam por não possuírem título de transporte da cadela que os acompanhava, anunciou hoje aquela força policial.

O caso aconteceu na passada quinta-feira, no comboio urbano que circulava entre o Porto e Aveiro, e está a causar indignação nas redes sociais, com muitos internautas a criticarem o comportamento dos militares e do revisor.

O comunicado da CP refere apenas um passageiro que, no comboio com partida de Campanhã às 18h05 e destino a Aveiro, "transportava consigo um animal de companhia, apresentando apenas um título de transporte".

"Ao ser informado [pelo revisor que o "detetou"] de que se encontrava em situação irregular por falta de bilhete para o animal de companhia, e convidado a regularizar a situação, manifestou a sua indisponibilidade para proceder ao pagamento devido, tendo instado o colaborador da CP a convocar as autoridades", acrescenta o documento.

A CP conta que "encontrando-se um agente de autoridade a bordo, foi solicitada, nos termos da legislação aplicável a estas situações, a sua intervenção".

"O passageiro em causa, para além de continuar a recusar o pagamento do transporte devido, recusou ainda identificar-se perante o agente de autoridade, quando a isso foi instado. A partir deste momento, as autoridades policiais tomaram conta da ocorrência", assinala o comunicado.

Segundo fonte da GNR, em declarações à Lusa, o revisor terá solicitado a intervenção de uma patrulha da GNR que entrou no comboio na estação de Estarreja, onde a composição permaneceu imobilizada cerca de 30 minutos até que a situação fosse resolvida.

"Os militares obrigaram os dois indivíduos a abandonar o comboio por solicitação do revisor, porque os mesmos não possuíam bilhete para o animal e não tinham intenção de o pagar", disse a mesma fonte.

No comunicado de esclarecimento da CP, e "face ao teor de várias mensagens que se encontram a circular, nomeadamente em redes sociais", a empresa "regista a correta atuação do seu colaborador, que atuou no escrupuloso cumprimento dos seus deveres, tendo mantido o necessário profissionalismo, apesar da situação desagradável que teve de enfrentar".

"A CP lamenta ainda os incómodos causados aos clientes que viajavam neste comboio", remata o documento.

A história do sucedido já chegou às redes sociais, com o relato de uma alegada passageira a ser amplamente partilhado.

"O comboio parou a marcha na estação de Estarreja, o revisor chama a polícia para tratar da situação. Os passageiros revoltam-se e até se oferecem para pagar os 2 euros do bilhete (algo que o dono já tinha proposto), no entanto, o revisor não permitiu", pode ler-se no texto disponível na rede social.

Os jovens que acompanhavam a cadela foram detidos pela prática de um crime de resistência e coação sobre funcionário, punível com uma pena de prisão até cinco anos, e foram presentes hoje a tribunal, tendo o processo baixado a inquérito.

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