Legislativas 2015: Euro foi a grande divergência Jerónimo/Costa
Por duas ou três vezes Jerónimo de Sousa procurou - embora muito suavemente - "picar" o líder socialista com algumas críticas, mas António Costa passou ostensivamente ao lado.
Num frente-a-frente muito morno e cortês, as divergências de fundo só surgiram na parte final, em torno da moeda única. Jerónimo de Sousa disse que o PCP não defende a saída imediata de Portugal do euro mas apenas que esse cenário seja objeto de "estudo" para que o país estar "preparado" quando isso acontecer, por decisão "soberana" dos portugueses ou pressão externa.
António Costa, pelo seu lado, levou consigo o programa eleitoral dos comunistas - e Jerónimo também o do PS - argumentando que o PCP não quer apenas "estudar" o cenário, antes defende que isso aconteça. Ora essa, disse, é "uma divergência profunda", embora o líder socialista tenha depois salientado que há diversas áreas onde socialistas e comunistas têm a possibilidade de se entender. Mais uma vez Costa enfatizou a necessidade de uma maioria absoluta para o PS.
Leia o "filme" do debate
23:14 - Costa encerra o debate dizendo que "há uma divergência" de fundo com o PCP por este alegadamente propor o fim da moeda única. É uma questão que "o PCP tem de clarificar".
23:10 - Jerónimo confrontado com a pergunta: faria governo com o PS se este ganhasse sem maioria absoluta? Líder do PCP responde que existem "divergências profundas" com o PS (exemplifica com a Segurança Social ou leis laborais) mas seja como for o PCP "nunca faltou a políticas patriotas". O PCP, diz, nunca teve "problemas em convergir com o PS" mas o PCP quer "ruturas" e o PS não.
23:08 - Novo tema no frente-a-frente: Novo Banco. Costa acusa governador do Banco de Portugal de ter feito ao Governo "o favor de enganar os portugueses" dizendo-lhes que o processo não teria custos para os contribuintes.
23:04 - Costa leva consigo o programa da CDU e cita a parte em que este expressamente admite que os comunistas querem que Portugal saia do euro. Mas salienta que, "ao contrário do Bloco", o PCP até elenca as consequências "devastadoras" que essa saída teria para Portugal
23:01 - Líder do PCP cita estudo económico do PS onde este afirma que saída da Grécia do euro poderá levar Portugal a também sair. E acrescenta: "é irresponsável não estudarmos" a possibilidade dessa saída, por decisão soberana dos portugueses ou por imposição externa
22:59 - Jerónimo diz que essa não é uma divergência grande. "Não propomos saída do euro, propomos é que isso se estude".
22:58 - Costa refere uma "divergência grande" com o PCP - "a saída ou não saída do euro".
22:56 - A evidente estratégia de não agressão de Costa ao líder do PCP passa inclusivamente por lhe dar a palavra. Jerónimo pede revogação imediata de toda a sobretaxa do IRS. Costa diz que só o fará em dois anos porque se não "as contas não baterão certo".
22:53 - Perguntado por Ana Lourenço se a matéria fiscal pode ser matéria de acordo entre o PCP e o PS, Jerónimo de Sousa salienta que "gato escaldado de água fria tem medo" e que o PCP tem "verificado" no PS este procedimento de se comprometer com propostas mas sem quantificar ou calendarizar - "e depois não se concretiza".
22:51 - Costa reafirma que mudará os escalões do IRS mas não se compromete com números nem datas. "Não quero que o Jerónimo de Sousa diga daqui a dois anos diga que eu prometi e não cumpri."
22:47 - Líder do PS diz que um seu governo interromperá a descida do IRS "realocando" parte das suas receitas para a Segurança Social. Depois repete uma ideia que tem marcado presença permanente nos seus discursos: "O Governo entrega um país com um PIB inferior aquele que recebeu em 2011."
22:46 - Jerónimo explica como atacará os rendimentos das "fortunas abissais" das empresas que "não fizeram ponta de sacrifício" para ajudar os portugueses nos últimos 4 anos.
22:42 - Costa diz que o PS não revogará as taxas moderadoras da saúde, prometendo apenas remetê-las para os valores de 2011.
22:38 - Jerónimo de Sousa passa ao ataque dizendo que o facto de Costa remeter o aumento do salário mínimo para a concertação social implica que esse aumento "ficará dependente das confederações patronais".
22:37 - Costa recusa comprometer-se com um valor para o aumento do salário mínimo nacional, remetendo para a concertação social.
22:34 - Debate muda para a economia e as propostas do PS que aumentam rendimento das pessoas. Costa desvaloriza a evolução favorável da balança externa dizendo que houve uma "queda brutal das importações por asfixia do rendimento"
22:31 - António Costa: "A escola não existe para avaliar, existe para transmitir conhecimento". "Não avalia para excluir, ensina para incluir". O líder do PS não responde ao remoque do líder do PCP sobre as cedências constitucionais dos socialistas a uma visão não absolutamente estatista do sistema de ensino.
22:28 - Jerónimo abre suavemente as hostilidades contra o líder socialista dizendo que o PS permitiu a alteração constitucional que abriu caminho à privatização do sistema de ensino.
22:27 - O debate começou há 15 minutos e os dois líderes continuam a não se criticarem mutuamente. Até agora parecem estar de acordo no essencial.
22:23 - Por iniciativa da moderadora, o frente-a-frente muda de tema, passando para a Educação. Jerónimo explica o eixo principal do programa da CDU: "Necessidade da defesa da escola pública", contra a privatização crescente do sistema de ensino e uma "certa elitização", por via de "um aumento brutal das propinas".
22:20 - Costa elenca propostas do PS: diminuição do IVA da restauração e um plano nacional de reabilitação urbana. Diz também que foi "gravíssimo" o apelo do Governo para que os jovens emigrem - "uma mensagem terrível". "O maior défice que o país tem é o défice estrutural de qualificações".
22:19 - O frente-a-frente começou há sete minutos e Costa e Jerónimos ainda não se atacaram.
22:16 - Costa diz que houve 200 mil empregos destruídos nesta legislatura e 350 mil emigrantes. Afirma que a taxa de desencorajados é das maiores da Europa. É uma "ideia errada" a "aposta" do Governo em trabalho precário e salários baixos. Costa diz que PS propõe "fortíssima restrição" aos contratos a prazo.
22:12 - Primeira pergunta de Ana Lourenço para Jerónimo de Sousa. Tema: o emprego e a evolução favorável dos números oficiais. "Sem desenvolvimento económico" não há "solução estrutural" para o dsemprego e aqui o investimento público deve ter um papel central. Propõe aumento do salário mínimo para 600 euros já em 2016.