António Costa pediu a Jeremy Corbyn que coloque o "interesse da Europa" acima "das conveniências partidárias", num apelo feito na reunião dos Socialistas e Democratas europeus (PES), onde foi acompanhado dos outros líderes do PES presentes. Já noutros encontros do PES, o primeiro-ministro socialista conversou com o líder do Partido Trabalhista britânico, para insistir na necessidade de encontrar uma solução, apurou o DN..Apesar da vida difícil do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para fazer aprovar o acordo alcançado com Bruxelas, Costa espera para ver como farão os trabalhistas na votação prevista para hoje na Câmara dos Comuns. "Tive oportunidade de dizer a Jeremy Corbyn que obviamente cada um de nós tem as contingências políticas internas próprias em cada um dos nossos países, mas que há um momento em que todos temos de ser capazes de pôr aquilo que é o interesse da Europa e o interesse geral acima das conveniências partidárias de cada um", contou..Para Costa, "é obviamente legítimo que o Labour deseje eleições antecipadas", mas o primeiro-ministro também defendeu que "é preciso compreender que chegou o momento em que o interesse geral da Europa, do Reino Unido, dos cidadãos da Europa residentes no Reino Unido, dos britânicos residentes na Europa, naquilo que é o funcionamento normal da economia europeia e da economia britânica, não podem ser interesses sacrificados à vontade política de haver eleições"..À espera de que "à quarta seja de vez", como apontou Costa, os partidos portugueses representados no Parlamento Europeu também reagem com cautelas a este acordo. Se o acordo deixa "o PSD satisfeito", a vice-presidente do partido Isabel Meirelles nota ao DN que "há algum caminho a fazer", lembrando as necessárias aprovações do texto pela União Europeia e a ratificação pelo Reino Unido..Livre circulação é preocupação.Com uma preocupação sempre presente: "É evidente que a questão de livre circulação de pessoas e trabalhadores, nomeadamente dos portugueses que trabalham, residem e estudam no Reino Unido, são para nós uma fonte de preocupação. Até porque os consulados e a embaixada, apesar de terem sido reforçados, não estão a dar minimamente vazão aos pedidos dos portugueses.".Lembrando os "cerca de 22 500 britânicos" que vivem em Portugal, a dirigente do PSD sublinha outras implicações. "Não podemos esquecer-nos de que o Reino Unido é o nosso quarto maior cliente e o oitavo fornecedor" de bens, pelo que "em termos económicos e de livre circulação os impactos não são de negligenciar". "O PSD terá de estar muito atento à operacionalização prática deste acordo, caso seja alcançado e ratificado. Uma coisa é a letra do protocolo dos acordos, outra coisa é como eles se executam", avisa Isabel Meirelles..Falando com "reserva", por não se saber "o que vai acontecer no Parlamento britânico, onde é bastante incerto o desenlace", o Bloco de Esquerda aponta três "aspetos importantes" com o anúncio desta semana. O eurodeputado José Gusmão regista ao DN que "Boris Johnson recuou na reposição de uma fronteira entre as Irlandas" e que "o acordo parece manter garantias dos direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e vice-versa", "embora seja importante perceber como essas salvaguardadas vão ser concretizadas"..O bloquista também sublinha que "o acordo deixa várias questões para resolver mais à frente", o que, "em todo o caso", é em termos "preferíveis a um Brexit sem acordo, que seria o pior cenário". Gusmão lamenta ainda os prazos para aprovar o texto. "Teria sido sensato dar mais tempo ao escrutínio democrático", nota..Já o eurodeputado Francisco Guerreiro, do PAN, defende que "politicamente um Brexit com acordo é sempre melhor do que um sem acordo, pois é vital que a paz na Irlanda do Norte seja mantida, sem uma fronteira física (backstop) e que a integridade do mercado único seja assegurada, tendo regras aduaneiras adaptáveis a esta proposta reorganização política, económica e fiscal".
António Costa pediu a Jeremy Corbyn que coloque o "interesse da Europa" acima "das conveniências partidárias", num apelo feito na reunião dos Socialistas e Democratas europeus (PES), onde foi acompanhado dos outros líderes do PES presentes. Já noutros encontros do PES, o primeiro-ministro socialista conversou com o líder do Partido Trabalhista britânico, para insistir na necessidade de encontrar uma solução, apurou o DN..Apesar da vida difícil do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para fazer aprovar o acordo alcançado com Bruxelas, Costa espera para ver como farão os trabalhistas na votação prevista para hoje na Câmara dos Comuns. "Tive oportunidade de dizer a Jeremy Corbyn que obviamente cada um de nós tem as contingências políticas internas próprias em cada um dos nossos países, mas que há um momento em que todos temos de ser capazes de pôr aquilo que é o interesse da Europa e o interesse geral acima das conveniências partidárias de cada um", contou..Para Costa, "é obviamente legítimo que o Labour deseje eleições antecipadas", mas o primeiro-ministro também defendeu que "é preciso compreender que chegou o momento em que o interesse geral da Europa, do Reino Unido, dos cidadãos da Europa residentes no Reino Unido, dos britânicos residentes na Europa, naquilo que é o funcionamento normal da economia europeia e da economia britânica, não podem ser interesses sacrificados à vontade política de haver eleições"..À espera de que "à quarta seja de vez", como apontou Costa, os partidos portugueses representados no Parlamento Europeu também reagem com cautelas a este acordo. Se o acordo deixa "o PSD satisfeito", a vice-presidente do partido Isabel Meirelles nota ao DN que "há algum caminho a fazer", lembrando as necessárias aprovações do texto pela União Europeia e a ratificação pelo Reino Unido..Livre circulação é preocupação.Com uma preocupação sempre presente: "É evidente que a questão de livre circulação de pessoas e trabalhadores, nomeadamente dos portugueses que trabalham, residem e estudam no Reino Unido, são para nós uma fonte de preocupação. Até porque os consulados e a embaixada, apesar de terem sido reforçados, não estão a dar minimamente vazão aos pedidos dos portugueses.".Lembrando os "cerca de 22 500 britânicos" que vivem em Portugal, a dirigente do PSD sublinha outras implicações. "Não podemos esquecer-nos de que o Reino Unido é o nosso quarto maior cliente e o oitavo fornecedor" de bens, pelo que "em termos económicos e de livre circulação os impactos não são de negligenciar". "O PSD terá de estar muito atento à operacionalização prática deste acordo, caso seja alcançado e ratificado. Uma coisa é a letra do protocolo dos acordos, outra coisa é como eles se executam", avisa Isabel Meirelles..Falando com "reserva", por não se saber "o que vai acontecer no Parlamento britânico, onde é bastante incerto o desenlace", o Bloco de Esquerda aponta três "aspetos importantes" com o anúncio desta semana. O eurodeputado José Gusmão regista ao DN que "Boris Johnson recuou na reposição de uma fronteira entre as Irlandas" e que "o acordo parece manter garantias dos direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e vice-versa", "embora seja importante perceber como essas salvaguardadas vão ser concretizadas"..O bloquista também sublinha que "o acordo deixa várias questões para resolver mais à frente", o que, "em todo o caso", é em termos "preferíveis a um Brexit sem acordo, que seria o pior cenário". Gusmão lamenta ainda os prazos para aprovar o texto. "Teria sido sensato dar mais tempo ao escrutínio democrático", nota..Já o eurodeputado Francisco Guerreiro, do PAN, defende que "politicamente um Brexit com acordo é sempre melhor do que um sem acordo, pois é vital que a paz na Irlanda do Norte seja mantida, sem uma fronteira física (backstop) e que a integridade do mercado único seja assegurada, tendo regras aduaneiras adaptáveis a esta proposta reorganização política, económica e fiscal".