Costa convida indianos no Reino Unido a virem para Portugal no pós-Brexit

Primeiro-ministro lembra que o Português é a "3ª língua mais falada no Facebook" para seduzir o investimento indiano.
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António Costa considera que a língua portuguesa é um dos principais ativos do país capazes de atrair investimento direto estrangeiro e até imigração.

Em Nova Deli, no primeiro dia da visita de Estado à Índia, o chefe de governo foi o orador principal de uma conferência subordinada ao tema das relações entre aquele país e a comunidade lusófona, onde falou de Portugal como potencial porta de entrada para a União Europeia mas, sobretudo, para um mercado de "260 milhões de consumidores que representam quase 5% do PIB global".

Costa sublinhou que o português é a "5ª língua mais utilizada na internet, a 5ª com maior número de países de língua oficial, a 4ªa língua mundial, e a 3ª mais utilizada no Facebook" e destacou que a aprendizagem do português "é hoje oferecida em mais de 70 países em todos os continentes" para transmitir uma ideia de globalidade do idioma.

[destaque:Costa vende Portugal como porta de entrada na Europa e no mercado da CPLP]

O mercado lusófono, diz o primeiro-ministro, tem um "enorme potencial económico" porque combina "a maior economia da América do Sul (o Brasil) com os países de crescimento mais rápido em África, como Angola e Moçambique".

Num discurso em que regressa frequentemente à vertente pessoal da visita ("é uma honra estar na terra do meu pai"), Costa apelou também aos laços culturais e históricos entre os dois países: "já nos conhecemos há 500 anos, é talvez a altura de terem uma presença económica mais forte em Portugal", afirmou, acrescentando que "a comunidade indiana em Portugal está bem inserida. Com a exceção do meu caso, que fui para a política, a maioria é feita de pessoas ligadas ao mundo dos negócios, são empresários importantes".

Os indianos, considera o primeiro ministro, podem estar descansados em relação ao Brexit: "O Reino Unido será sempre um grande parceiro da União Europeia e os indianos residente no Reino Unido não têm razão de preocupação", respondeu, a um participante na conferência que o questionou sobre o futuro da UE depois da decisão tomada em referendo no ano passado, lembrando no entanto "que há outras portas de entrada na UE, e Portugal é uma excelente porta, e até tem o mesmo fuso horário de Londres, pelo que vão sentir-se em casa".

A declarações de António Costa foram feitas ao final da manhã do primeiro dia da visita oficial que começou com pompa e circunstância: o primeiro-ministro foi recebido pelo homólogo indiano, Narendra Modi, no palácio presidencial, com direito a guarda de honra, e a uma declaração em inglês, ao lado do chefe de governo indiano, na qual o líder do executivo português sublinhou mais uma vez a vertente emocional da viagem, e a "honra" de ser distinguido por ser a primeira pessoa de origem indiana (estatuto reconhecido pelo Estado Indiano, dando direito a um passaporte especial) a liderar um governo ocidental.

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