A mostra Cosmos Discovery, que já passou por Bratislava, na Eslováquia, reúne numa tenda, perto da estação fluvial de Belém, cópias e modelos de naves, foguetões e veículos robotizados, mas também originais de fatos e capacetes espaciais, comida embalada de astronautas, um saco para guardar rochas lunares, um manual de instruções de voo ou a 'boca' (uma das extremidades) de um vaivém (space shuttle)..O produtor-executivo da exposição em Portugal, José Araújo, da World Crew Events, disse que a Cosmos Discovery pretende "contar a história da exploração espacial": o passado, o presente e o futuro.."Mostramos às pessoas o importante que é a exploração espacial nas nossas vidas, toda a tecnologia que é desenvolvida e que nos vai beneficiar mais tarde (...). Mostramos também a coragem humana para ultrapassar obstáculos, para que possamos viver num ambiente tão adverso como é o espaço", assinalou, em declarações à Lusa..José Araújo foi hoje o cicerone da comunicação social numa visita à exposição, que ainda estava a ser montada, num cenário de caixotes por abrir e vitrinas por preencher..A visita foi feita na véspera de se completarem 56 anos sobre a primeira viagem do homem ao espaço, a cargo do cosmonauta russo Yuri Gagarin, que é evocado num dos muitos painéis explicativos..Num desses painéis é lembrada, também, a cadela russa Laika, o primeiro ser vivo lançado para o espaço, em 1957, e numa vitrina está uma réplica do compartimento onde Enos, o primeiro chimpanzé em órbita da Terra, de 'nacionalidade' norte-americana, seguiu viagem, em 1961, a bordo da nave Mercury, cujo interior é igualmente reproduzido na exposição..Das várias missões Apollo - de exploração da Lua, nas décadas de 60 e 70, pela agência espacial norte-americana NASA - há kits de higiene de astronautas e refeições embaladas, como bolachas de água e sal, doce de pêssego, flocos de cereais, amendoins ou salada de atum..Os visitantes podem ver o blusão do fato usado pelo astronauta norte-americano David Scott, o sétimo homem a caminhar na Lua, em 1971, durante a Apollo 15, missão da qual está também exposto um saco para guardar as rochas recolhidas do solo lunar..Das missões Gemini, as segundas da NASA, antes do lançamento das Apollo, existe a minúscula harmónica levada para o espaço pelo astronauta Wally Schirra, com a qual tocou, em dezembro de 1965, uma música de Natal para anunciar às crianças que o Pai Natal estava a caminho..Um fato usado para treinar, em terra, caminhadas orbitais até à antiga estação espacial russa Mir, também pode ser observado: pesa 105 quilos e, com ele, um astronauta podia manter-se vivo durante sete horas..Numa secção dedicada à exploração espacial russa pode ser ser visto um modelo da nave Soyuz, atualmente utilizada no transporte de astronautas e cosmonautas para a Estação Espacial Internacional, mas também a escotilha original de uma nave Vostok..Da época dos vaivéns norte-americanos, usados nas viagens espaciais entre 1981 e 2011, há a reconstituição do 'cockpit' de um dos veículos, a 'boca' (extremidade afunilada) original de um dos veículos, vários modelos e um computador portátil, o que seguiu a bordo do primeiro voo..A odisseia pelo espaço proposta pela exposição termina com a exploração de Marte, para a qual o visitante é conduzido através de uma réplica do robô Opportunity, com a qual a NASA homenageia os sete astronautas que morreram na explosão do vaivém Columbia, em fevereiro de 2003..O preço da entrada na exposição, sem data de saída de Lisboa, antes de prosseguir a sua digressão mundial, varia entre 10 euros (grupos de estudantes) e 16 euros (adultos), valores que a World Crew Events justifica com os custos associados à exposição dos objetos (incluindo transportes e seguros)..A exposição está patente no Terreiro das Missas, junto à estação Fluvial de Belém.