Cortes são perigosos pela falta de seletividade
O ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes afirmou esta manhã na comissão de saúde que os cortes são perigosos pela falta de seletividade e que o caso do Hospital de São José é uma lição. Um jovem morreu antes de fazer uma operação para tratar uma rutura de aneurisma. O jovem deu entrada no fim de semana quando não há equipa de neurorradiologia e neurocirurgia.
"O Hospital de São José deixa a lição de que os cortes não são perigosos pela magnitude, mas pela falta de seletividade. Para responder a casos onde há poucos recursos, como foi este, devia ter havido atenção. Neste caso, foi pouco prudente deixar de haver a resposta que havia até 2013", afirmou o ministro da saúde.
Adalberto Campos Fernandes diz que os profissionais estão desmotivados por mais razões do que os cortes de vencimento. Por exemplo, porque a colaboração entre os hospitais está a funcionar pior, e porque se sentem desvalorizados. Na sua opinião, os médicos não são todos iguais, porque a experiência não é a mesma, afirma, referindo-se à questão de o SNS ter contratado mais médicos que nunca.
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O ministro da Saúde afirmou que é preciso ter uma gestão criteriosa do dinheiro, mas salientou que é preciso seletividade e respostas diferentes.
Trazer reputação ao SNS
O ministro da Saúde afirmou ainda que é preciso trazer reputação de volta ao SNS. "A nossa energia vai estar focada em criar uma nova vitalidade do SNS e na reposição do prestígio da instituição e das pessoas que lá trabalham. Queremos dar nota pública de que o SNS é algo que os portugueses respeitam ".
Adalberto Campos Fernandes adiantou que há linhas que vão seguir como as da política do medicamento, mas com uma aposta diferente. "Vamos tomar medidas para abrir espaço para a inovação e acesso mais fácil aos que aí estão e onde os genéricos podem ter papel importante"
O ministro continuou, dizendo que os últimos quatro anos foram oportunidade perdida porque depois da saída da Troika não se viu nada de novo. "Os hospitais estão pior que em 2011. Temos menos recursos e não temos um modelo inovador de reforma. Existiram dois ou três ensaios sem grande aplicação."