Numa altura em que a Guerra Colonial ainda não tinha deflagrado, mas já existiam conflitos armados que causavam centenas de mortos, o Diário de Notícias deu conta da chegada a Portugal dos corpos dos soldados e agentes da PSP mortos em Angola.."Impressionantes cerimónias assinalaram a chegada das urnas com os corpos dos soldados e agentes da PSP mortos em Angola. Foram prestadas honras militares na presença do chefe do Estado e membros do governo", podia ler-se na primeira página da edição de 5 de março de 1961, precisamente dez dias antes do início oficial da guerra.."Tiveram a maior dignidade e o mais alto significado as cerimónias que assinalaram a chegada, ontem, dos corpos que tombaram em Luanda, vítimas dos acontecimentos de 3 e 6 de fevereiro, em que as trevas do ódio e da ambição se confundiram no negrume da noite, para a sua brutal e criminosa explosão, causando a morte de soldados portugueses e de agentes da PSP, ferindo outros e enchendo de indignação do país inteiro", escreveu o DN..Na altura, os ataques foram reivindicados pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que lutava contra o colonialismo e pela independência de Angola. A guerra que se seguiria viria a durar 13 anos.