Corpo de navegador francês ainda por encontrar

O corpo de Jean-Jacques Savin ainda não foi recuperado, segundo a Marinha portuguesa. Apenas a embarcação em que tentava cruzar a remo o Atlântico sozinho foi resgatada.
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A Marinha esclareceu este domingo que o corpo de Jean-Jacques Savin, que tentava cruzar a remo o Atlântico sozinho, ainda não foi recuperado. Apenas a embarcação em que seguia foi resgatada. A equipa de apoio do francês de 75 anos anunciara que o corpo do aventureiro havia sido encontrado dentro da cabina sem vida, mas a Marinha esclareceu que a embarcação, localizada ao largo da ilha de São Miguel, estava vazia.

"A embarcação foi visualizada voltada ao contrário, com o casco para a superfície, por vários navios mercantes e pelas aeronaves da Força Aérea, tendo-se intensificado as buscas pelo homem, nas imediações da embarcação, sem sucesso. Um dos navios mercantes recolheu um saco impermeável que continha no seu interior a documentação de identificação do navegador", explica o comunicado acerca das diligências efetuadas.

"A corveta da Marinha Portuguesa juntou-se às buscas na área, no início da tarde de sexta-feira, 21 de janeiro, tendo efetuado esforços no sentido de colocar mergulhadores na água para efetuar buscas pelo homem, o que, face às condições meteorológicas extremamente adversas que se faziam sentir, só foi possível concretizar na manhã de sábado, 22 de janeiro. Perante a forte suspeita de que o corpo poderia estar no interior da embarcação, esta foi recolhida para bordo da corveta António Enes, numa operação extremamente complexa face à forte agitação marítima e à posição em que se encontrava o kayak, não se confirmando a presença do navegador no seu interior", esclarece a nota da Marinha.

"As buscas pelo homem terminaram no final do dia de ontem [sábado], sem que fosse possível encontrar a vítima", remata.

A família de Jean-Jacques Savin também já corrigiu a informação.

O triatleta francês tinha saído de Sagres a 1 de janeiro, mas não havia contacto com ele desde a noite de quinta para sexta-feira, quando ativou dois sinalizadores de socorro.

Em 2019, o aventureiro cruzou o Atlântico sozinho num barril personalizado, numa viagem de 127 dias que foi seguida por milhares de pessoas no Facebook.

Savin esperava chegar de novo às Caraíbas, desta vez num barco a remos de oito metros de comprimento e 1,70 metros de largura, com uma estação de remo no centro.

A sua equipa tinha dito na manhã de sábado estar "muito preocupada".

"Não sabíamos nada dele desde as 00.34 de sexta-feira", disseram, indicando que tinha acionado os dois sinalizadores de socorro para indicar que estava em "grandes dificuldades".

A filha escreveu no Facebook que uma operação de busca e salvamento foi lançada de imediato, em coordenado com os serviços de resgate franceses, portugueses e norte-americanos.

A última vez que tinha falado estava a norte da Madeira, a caminho de Ponta Delgada, nos Açores.

Pouco depois de deixar Portugal, a 1 de janeiro, os ventos pouco favoráveis forçaram o aventureiro a aumentar a sua viagem por 900 quilómetros.

Na quarta-feira tinha falado em "ondulação forte" e "vento" no Facebook, indicando que tinha sido forçado a mudar do dessalinizador elétrico de água para um alternativo, manual.

"Está a custar-me energia física", escreveu, garantindo contudo não estar em perigo.

Savin, que disse que atravessar o Atlântico a remar era uma forma de "rir da velhice", festejou os seus 75 anos na sexta-feira da semana passada, a bordo do seu barco.

TInha partido com 300 quilos de equipamento, incluindo comida seca, um arpão para pescar e um aquecedor, além dos dois dessalinizadores.

Para festejar o aniversário, também tinha levado o seu bandolim, foie gras e champanhe. "Vou de férias em mar aberto", tinha dito antes de partir.

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