Coreia do Sul vai investigar deserções de norte-coreanas para o sul
A Coreia do Sul vai analisar a deserção, em 2016, para o seu território, de 12 norte-coreanas que trabalhavam na China, depois de uma televisão sugerir que algumas foram forçadas a migrar, anunciou o Governo.
"Por agora, só posso dizer que temos vontade de confirmar a veracidade destas afirmações", declarou o porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano, Baik Tae-hyun.
Baik Tae-hyun não confirmou a possibilidade de as 12 mulheres norte-coreanas, que trabalhavam num restaurante na China quando desertaram, poderem vir a ser repatriadas para a Coreia do Norte.
As declarações de Baik Tae-hyun surgiram na sequência de uma reportagem do canal de televisão sul-coreano JTBC, transmitida na quinta-feira, na qual um alegado gerente do restaurante afirmou ter participado na fuga das mulheres, com a ajuda dos serviços secretos da Coreia do Sul.
O gerente afirmou ainda que as mulheres não sabiam para onde estavam a ser levadas.
O JTBC também entrevistou quatro mulheres que disseram estar entre o grupo que chegou ao Sul, declarando que não sabiam para onde estavam a ser levadas, até chegarem à embaixada da Coreia do Sul na Malásia.
As autoridades sul-coreanas declararam terem confirmado que as mulheres não foram forçadas a fugir para a Coreia do Sul.
O porta-voz do Ministério da Unificação explicou que nunca foi possível questionar diretamente as mulheres, por se encontrarem sob custódia dos serviços secretos sul-coreanos, que se escusaram a falar sobre este caso.
Estas alegações surgiram no mesmo dia em que três norte-americanos regressaram aos Estados Unidos, após mais de um ano de prisão na Coreia do Norte.
A libertação dos três norte-americanos foi conseguida depois de uma deslocação do Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, à Coreia do Norte, na quarta-feira.
Hoje, a chefe da diplomacia sul-coreana reúne-se em Washington com o homólogo norte-americano para preparem uma cimeira entre os dois países, a 22 de maio.
Kang Kyung-wha e Mike Pompeo vão analisar a histórica cimeira intercoreana, de 27 de abril, e discutir como vão coordenar as conversas com Kim Jong-un sobre a desnuclearização e a paz duradoura na península coreana, explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, em comunicado.
A reunião acontece depois da histórica cimeira intercoreana e antes do encontro, a 12 de junho, em Singapura, entre os Presidentes norte-americano, Donald Trump, e norte-coreano, Kim Jong-un, durante o qual os dois líderes deverão debater a desnuclearização da península.
Washington e Seul realizam hoje manobras aéreas conjuntas anuais, para melhorar as capacidades aéreas dos dois aliados, num momento de relaxamento na península coreana, indicou fonte do Ministério da Defesa sul-coreano.