Controladores aéreos reiteram intenção de fazer greve
"Não aceitaremos nenhuma das propostas de reunião, sem que haja uma nova oferta salarial", disse hoje, em Frankfurt, o chefe dos negociadores do sindicato (GdF), Dirk Vogelsang. O GdF exige aumentos salariais de 6,5 por cento para os 5.500 controladores, e a Agência Alemã de Segurança Aeronáutica (DFS), como entidade patronal, propôs ultimamente uma subida dos salários de 5,2 por cento, em duas etapas, nos próximos dois anos e meio. A DFS pretende retomar as negociações com as propostas que estão na mesa, e exige, por sua vez, que o GdF renuncie a greves.
Vogelsang revelou ser "quase certo" que este fim de semana não será convocada nenhuma nova greve, mas advertiu que a próxima será convocada "provavelmente para o início da próxima semana", e só com 24 horas de antecedência, e não com 48 horas, como sucedeu na semana passada. A greve em questão, agendada para quinta feira, acabaria por ser anulada pelo sindicato, depois de o tribunal do trabalho de Frankfurt ter aceite uma providência cautelar interposta pela DFS, que alegou ilegalidades no caderno reivindicativo dos controladores.
Concretamente, tratava de uma exigência para impedir que os controladores saídos dos estágios profissionais possam desempenhar rapidamente funções de chefia, entretanto retirada pela sindicato da lista de reivindicações. A entidade patronal garantiu que voltará a recorrer à via jurídica para impedir nova greve, advertindo que a paralisação do tráfego aéreo em toda a Alemanha, onde neste época do ano há cerca de 2.500 voos diários domésticos e internacionais, resultaria em graves transtornos para cerca de 600 mil passageiros e prejuízos de dezenas de milhões de euros para as companhias aéreas.
Os salários mensais dos controladores aéreos alemães oscilam entre os 5700 e os oito mil euros, além dos suplementos por trabalho nocturno e em dias feriados, e são inferiores, por exemplo, aos dos seus colegas portugueses e espanhóis, segundo o sindicato germânico. O GdF alega, no entanto, que mais importante do que os aumentos salariais são as suas reivindicações sobre uma melhor organização do trabalho, e também a exigigência dos controladores de participar nos planos de reorganização da DFS.