Continua a ser uma grande América
Quando se descobriu que Donald Trump tinha colocado uma pintura com Andrew Jackson em lugar de destaque na Casa Branca não faltou quem acusasse o presidente de se associar a um antecessor que além de ser dono de escravos e combatente implacável contra os índios estava tão malvisto que até ia desaparecer das notas de 20 dólares para dar lugar a uma heroína negra. O bizarro é que em vários rankings feitos por historiadores americanos, Jackson, eleito em 1828 e reeleito em 1832, consta entre os dez melhores presidentes de sempre, numa lista que Lincoln, Washington e Roosevelt (FDR) encabeçam. Aliás, Jackson até ganhou no voto popular também as presidenciais de 1824, o que mostra como era uma figura estimada na sua época, afinal vencera a Batalha de Nova Orleães na guerra de 1812-1814 com os britânicos. Ora, vendo como as opiniões sobre os políticos variam ao longo dos tempos, talvez seja cedo para se fazer balanços sobre a presidência de Trump, que ainda agora inicia o seu segundo ano. A popularidade é baixa, é certo, a imagem externa má, mas na verdade a América com (ou apesar d") ele continua a liderar o mundo, seja na economia, seja em termos militares, seja na educação, na saúde ou até na cultura popular, como mostra a infografia que acompanha este artigo. A China é uma rival a ter em conta, e com as suas taxas de crescimento económico ameaça a prazo a posição de topo dos Estados Unidos, mas ainda está longe da América em muitas dimensões. E a Rússia, a grande inimiga do tempo da Guerra Fria, é com esforço que tenta agora competir com americanos e chineses. Curiosamente, quando Jackson, o tal herói de Trump, foi presidente, a América começava apenas a emergir como potência, enquanto o Império Russo se estendia então ao Alasca e cobiçava avançar mais para sul e a China da dinastia Qing valia perto de um terço do PIB mundial.