O setor imobiliário está a puxar pela recuperação da atividade empreendedora do país. Nos primeiros seis meses deste ano, foram constituídas 2278 empresas para operar nas áreas da compra e venda de imóveis, mediação e arrendamento, um aumento de 37% face ao mesmo período de 2020. A resiliência que este negócio tem apresentado face à crise sanitária poderá explicar esta aceleração na criação de sociedades imobiliárias, mas, ainda assim, foram fundadas menos 63 empresas que no primeiro semestre de 2019. No global, o país viu nascer 20.926 novas empresas nos primeiros seis meses de 2021, mais 14,4% que no homólogo do ano passado..Segundo dados disponibilizados pela Informa D&B, na área da atividade de compra e venda, contabiliza-se a criação de 1.432 sociedades entre janeiro e o final de junho deste ano, um crescimento de 47% face ao homólogo 2020 e 6% mais que no mesmo período de 2019. Já para operar ao nível da angariação, avaliação e medição imobiliária foram constituídas 591 sociedades, um incremento de 30%, mas ainda longe das 705 registadas no ano anterior à pandemia. No segmento do arrendamento, registaram-se 183 firmas, um aumento de 20%. Na atividade da administração de condomínios verificou-se a entrada de 72 novos operadores, tendo sido a única área dentro do subsetor atividades imobiliárias a apresentar uma quebra na formação de empresas (menos 6%)..Em termos absolutos, os distritos que apresentaram um maior dinamismo empreendedor foram Lisboa (criadas 791 empresas dentro do subsetor atividades imobiliárias), Porto (398), Braga (181), Setúbal (175), Faro (161) e Aveiro (108), segundo os dados de nascimento de empresas com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Analisando o crescimento a nível percentual, destaca-se o aumento de 72% na criação destas empresas em Braga, de 50% em Aveiro, de 103% em Santarém e de 100% em Viseu, sendo que em todos estes territórios foram constituídas mais sociedades nesta primeira metade de 2021 do que em igual período de 2019. Em Lisboa, o aumento foi de 29% face aos primeiros seis meses do ano passado e no Porto de 28%..No primeiro semestre do ano, as principais redes imobiliárias a operar em Portugal estiveram bastante ativas quer no reforço do número de agências em território nacional quer no incremento do número de consultores. A Century 21 iniciou a operação de mais 15 agências neste período, respondendo agora por 174 unidades e uma equipa de 3105 consultores imobiliários. A RE/MAX Portugal fechou a primeira metade do ano a contabilizar 371 espaços de mediação, mais 21 do que em igual período do ano passado. A maior rede imobiliária do país incrementou também o número de consultores, contabilizando no final de junho 9.754 profissionais, um aumento de 839 agentes face ao período homólogo..A Keller Williams Portugal também comunicou ao mercado que no primeiro semestre abriu três novos 'market centers', assegurando agora 28 espaços, e aumentou o número de associados para mais de 2400, um crescimento de 31%. A marca já revelou que até ao final de 2023 quer ter em operação uma rede de 50 'market centers' e 10 mil consultores. Por sua vez, a Zome tem agora 19 'hubs' em funcionamento no país, o que compara com os 15 de igual período do ano passado, e está a preparar a abertura de mais três nos próximos meses. A empresa mantém o objetivo de fechar 2021 com 52 'hubs' a nível ibérico e cerca de 1500 colaboradores..A Engel & Völkers, especializada na mediação de imóveis de luxo, abriu recentemente um processo de recrutamento em Portugal, visando a integração de 30 novos agentes imobiliários. A empresa de origem alemã está otimista quanto à evolução do mercado imobiliário no país, mas também a nível internacional. Nos seis primeiros meses deste ano, a Engel & Völkers abriu 33 novas agências no mundo e captou mais de 800 profissionais para trabalhar com o apoio da marca..No país, há mais de 3600 empresas de mediação imobiliária e cerca de 30 mil consultores..sonia.s.pereira@dinheirovivo.pt