Conselho Nacional do CDS terá voto secreto tal como queria Mesquita Nunes
O Conselho Nacional do CDS, que se vai realizar este sábado, terá voto secreto. Assim decidiu o Conselho de Jurisdição do partido, que deu razão aos críticos da direção liderada por Francisco Rodrigues dos Santos e aos apoiantes de Adolfo Mesquita Nunes.
O pedido, que tinha sido apresentado pela distrital de Lisboa, liderada por João Gonçalves Pereira, e foi aceite com cinco votos a favor e dois contra.
"Esta decisão prova que fizemos bem em perguntar ao tribunal do partido sobre a questão do voto secreto. Num partido democrático, este tipo de votações só podem ser feitas de voto secreto para garantir que é a plena liberdade de cada um dos conselheiros", disse à TSF o líder da distrital.
Assim sendo, cada membro do Conselho Nacional vai votar a moção de confiança à direção de Francisco Rodrigues dos Santos, sem ser identificado.
Para Gonçalves Pereira, esta decisão garante a liberdade dos conselheiros. "Há uma separação de poderes dentro do partido, há estatutos que atribuem determinadas competências à jurisdição nacional do CDS, portanto os seus pareceres são passíveis de recursos apenas para o Tribunal Constitucional. A decisão só podia ser esta e é uma decisão sensata", acrescentou à rádio.
O Conselho Nacional do CDS-PP reúne-se este sábado para discutir uma moção de confiança à direção nacional de Francisco Rodrigues dos Santos, cuja aprovação poderá não ser suficiente para travar um congresso eletivo.
Esta reunião do órgão máximo do partido entre congressos tem início marcado para as 11:00 e deverá juntar cerca de 300 conselheiros nacionais por videoconferência, devido à pandemia da covid-19.
Francisco Rodrigues dos Santos vai apresentar a moção de confiança à sua comissão política nacional, que será depois debatida e votada pelos conselheiros nacionais.
Na semana passada, o antigo vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes propôs a realização de um Conselho Nacional para discutir a convocação de um congresso extraordinário (ainda este ano, antes das eleições autárquicas) para escolher a liderança, defendendo que esta direção "não conseguirá" resolver "a crise de sobrevivência" do partido.