Conselho de Disciplina confirma jogos à porta fechada para Benfica e Sp. Braga. Encarnados acionam Tribunal

Clubes podem recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto e apresentar providência cautelar para suspender o castigo.
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Os castigos de um jogo à porta fechada aplicados a Benfica e Sp. Braga foram confirmados nesta terça-feira pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Os dois emblemas já anunciaram, em comunicado, que não aceitam o castigo e vão recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).

Para suspenderem os efeitos da pena aplicada não basta recorrer. Benfica e Sp. Braga terão de requerer uma providência cautelar ao TAD ou um tribunal civil. Caso o TAD aceite a providência cautelar dos clubes, Benfica, Sp. Braga e Paços de Ferreira terão de aguardar por uma decisão final que pode demorar meses. Caso a providência seja recusada, a interdição será automaticamente aplicada.

O próximo jogo do Benfica no Estádio da Luz será frente ao rival FC Porto, a 7 de outubro. O Sp. Braga volta a jogar em casa a 6 de outubro, frente ao Rio Ave.

Benfica e Sp. Braga vão recorrer ao TAD

"O Benfica entende como séria e muito grave a decisão da Federação Portuguesa de Futebol, através do Conselho de Disciplina, de considerar improcedente o seu recurso do castigo aplicado de um jogo à porta fechada no Estádio da Luz." Por isso, vai avançar "de imediato com o devido procedimento cautelar, junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), com vista à suspensão dos efeitos da decisão em causa e posterior impugnação da mesma".

A direção do clube informou ainda que "tornará pública uma posição" sobre esta matéria junto dos sócios na próxima assembleia geral do clube, que se realiza na próxima sexta-feira, dia 28 de setembro.

O que esteve na origem do castigo

O caso do clube da Luz remonta a 31 de agosto, quando o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), devido ao alegado apoio ilegal dado às claques do clube, que não se registaram no organismo como manda a lei. O emblema encarnado "tendo tomado conhecimento de uma decisão proferida pelo IPDJ, pela qual lhe é aplicada uma coima de 56 250,00€ e uma sanção acessória de um jogo à porta fechada", a SAD encarnada decidiu recorrer da referida decisão para o CD da FPF, que, agora, indeferiu o recurso das águias.

Já o Sp. Braga viu o CD confirmar a punição devido a "agressões simples com reflexo no jogo por período igual ou inferior a 10 minutos" - no jogo contra o Sporting.

Já o Paços de Ferreira, que também foi punido, aceitou e cumpriu a pena frente ao Desportivo das Aves.

Rombo na bilheteira?

Jogar à porta fechada significa não vender bilhetes. Por norma, a bilheteira de um clássico na Luz, ou seja, um Benfica-FC Porto, rende aos cofres do clube cerca de 1,3 milhões de euros, embora mais de 60% desse valor já tenha sido "adiantado" pelos adeptos com direito a lugares anuais e camarotes.

A receita caseira do Sp. Braga é relativamente inferior. O Municipal de Braga tem capacidade para cerca de 30 mil espectadores e uma receita máxima de 600 mil euros, valor que num jogo com o Rio Ave não deve atingir.

Nova equipa jurídica na Luz

O dossiê do Estádio da Luz fechado será assim prioritário para a nova equipa jurídica do Benfica. O clube anunciou nesta terça-feira a criação de "uma equipa independente de patrocínio judicial e aconselhamento jurídico estratégico", depois da saída de Paulo Gonçalves do cargo de assessor jurídico, após 12 anos no clube.

A nova equipa será formada pelos advogados João Medeiros, Paulo Saragoça e Rui Patrício.

O Benfica decidiu ainda "manter na CSA - Sociedade de Advogados, cuja equipa é composta por João Correia, José Luís Seixas, Pedro Correia e Miguel Lourenço, a condução das matérias jurídicas do Benfica".

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