Congresso Universal de Esperanto começa hoje em Lisboa

O Congresso Universal de Esperanto começa hoje em Lisboa, onde são esperados, ao longo de uma semana, quase dois mil participantes de vários países que vão falar na língua que se apresenta como internacional, mas adotada por uma minoria.
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A sessão de abertura decorre no Coliseu de Lisboa, mas o restante programa do evento, que inclui palestras em esperanto sobre história, cultura, linguística, demografia ou mesmo astrofísica, terá como palco principal a reitoria e a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Até 04 de agosto, último dia do congresso, são esperados em Lisboa 1.800 esperantistas de 75 países, a maioria de França e Alemanha, de acordo com os dados mais recentes divulgados à Lusa pela Associação Portuguesa de Esperanto (APE), que coorganiza o evento realizado pela primeira vez em Portugal.

Cerca de meia centena de esperantistas integram a delegação portuguesa. A iniciativa tem o alto patrocínio do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e uma comissão de honra liderada pelo ex-Presidente da República Ramalho Eanes.

Apenas interrompido durante as I e II guerras mundiais, o congresso realiza-se anualmente desde 1905 e, para os esperantistas, é uma forma de manter viva a língua que se quer universal, mas que é falada por uma minoria.

O esperanto, reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por aproximar raças e povos, foi criado pelo oftalmologista polaco Ludwik Lejzer Zamenhof, em 1887.

Estima-se que falem fluentemente a língua dois milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, serão cerca de uma centena, segundo o presidente da APE, José Gaspar Martins.

Não sendo uma mistura de línguas, o esperanto tem origem em vários registos linguísticos - latino, germânico e eslavo. A língua portuguesa está entre os idiomas com mais vocábulos parecidos com o esperanto.

Ainda que facultativo, o ensino do esperanto não está disseminado no mundo, muito menos em Portugal, onde, na década de 90, uma petição da APE a favor do ensino experimental da língua nas escolas secundárias não deu frutos.

Clássicos como "Os Lusíadas", de Luís Vaz de Camões, e "A divina comédia", de Dante, ou a Bíblia e o Corão estão traduzidos para esperanto.

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