Confusão no túnel de Alvalade já custou patrocínio ao Arouca

Conselho de Disciplina pediu abertura de inquérito à confusão no Sporting-Arouca. Agora a bola está do lado da Liga de Clubes.
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A confusão no túnel de Alvalade, que resultou na troca insultos e de acusações, sobre tentativas de agressão, entre Arouca e Sporting deu mesmo origem a um processo de inquérito. Mas para o clube nortenho já teve consequências: a perda de um patrocinador.

A Bluetooth, cujo nome aparecia na parte de trás das camisolas, decidiu suspender o patrocínio. Em carta enviada à direção do Arouca, logo na segunda-feira, a empresa informou que, até haver uma decisão definitiva relativamente ao que se passou em Alvalade, a ligação ao clube estava suspensa. O DN tentou contactar Domingos Fernandes, o diretor-geral da Bluetooth, que se remeteu ao silêncio. No entanto, em declarações ao site Maisfutebol, justificou que a empresa não pretende ver "o seu nome associado" a polémicas como a de Alvalade. Carlos Pinho, presidente do Arouca, também não quis falar ao DN, mas segundo fonte do clube, o caso pode acabar em tribunal, "por falta de fundamento legal para quebra de contrato".

Processo de Inquérito

Ontem, o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) informou que instaurou um processo de inquérito, "para apuramento de eventuais responsabilidades, tendo por base factos relativos a jogo da I Liga, disputado no passado dia 6 de novembro" sem especificar o jogo alvo do processo.

Ora, no dia 6 realizaram-se quatro jogos da I Liga: FC Porto-Benfica, Moreirense- Vit. Setúbal, Sporting-Arouca e Marítimo-Sp. Braga. De qualquer forma, apesar do CD presidido por José Manuel Meirim não o revelar, segundo o DN apurou, o jogo em questão é mesmo o Sporting- Arouca, que terminou em confusão. No entanto, até ao fecho desta edição nem Sporting nem Arouca tinham sido notificados da abertura do mesmo. O que deve acontecer apenas hoje.

Em causa, a troca de acusações sobre insultos e tentativas de agressão. Após o jogo de domingo, Joel Pinho, diretor desportivo do Arouca, acusou Bruno de Carvalho, de tentativa de agressão ao líder dos arouquenses, Carlos Pinho. Tendo, depois o diretor de comunicação dos leões, Nuno Saraiva, negado e e referido que foi o presidente do Arouca a tentar agredir o líder leonino. Ontem o Conselho de Disciplina, presidido por José Manuel Meirim, analisou os relatórios dos agentes desportivos. Ou seja, do árbitro e dos delegados da Liga nomeados para esse encontro.

Ontem, o Conselho de Disciplina deu o pontapé de saída e passou a bola à Comissão de Instrução e Inquérito (CII) da Liga de Clubes. Será esta a notificar e, caso entenda, a solicitar os relatórios policiais, as imagens da videovigilância do circuito interno de Alvalade e a requerer testemunhas às partes envolvidas.

A partir de agora, e sem prazo previsto para a conclusão do processo, a CII vai investigar entre três cenários: agressão, tentativa de agressão e injúrias. O primeiro cenário, o mais gravoso, caso se confirmem a existência de agressões físicas, o autor (ou autores), segundo o n.º1 do artigo 131.º do Regulamento Disciplinar, será punido "com suspensão a fixar entre o mínimo de três meses e o máximo de três anos". A que poderá acrescer uma "multa de montante a fixar entre o mínimo de 1912 euros e o máximo de 19125 euros.

No caso de tentativa são aplicáveis as sanções previstas nos números anteriores reduzidas a um terço nos seus limites mínimo e máximo, ou seja de um mês a um ano. Já os insultos estão previstos no n.º1 do artigo 136.º (Lesão da honra e reputação), que prevê suspensão a fixar entre o mínimo de um mês e o máximo de um ano", a que acresce uma "multa de montante a fixar entre o mínimo de 1912 euros e o máximo de 15 300 euros". Mas em caso de reincidência, os limites previstos "são elevados para o dobro."

Após a conclusão, a CII remete o processo de inquérito, com a prova produzida anexada, e com uma sugestão de pena, que o Conselho de Disciplina, responsável pela sanção, poderá, ou não, aceitar. Está bom de ver que este será um processo moroso e que dificilmente estará concluído antes de 2017.

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