Confrontos entre polícia e manifestantes em Islamabad
Armados com paus, os manifestantes, que responderam a um apelo de um influente chefe muçulmano paquistanês, atiraram pedras contra a polícia a menos de 500 metros do parlamento paquistanês e tiros foram ouvidos.
De acordo com o mesmo jornalista da AFP no local, os manifestantes partiram os vidros dos carros estacionados nas imediações.
Esta é a maior manifestação organizada pela oposição em Islamabad desde a eleição em 2008 do Partido do Povo Paquistanês do Presidente Asif Ali Zardari.
O protesto surgiu em resposta a um apelo de Tahir ul-Qadri, que regressou ao Paquistão em dezembro depois de anos exilado no Canadá e critica o facto de o poder no seu país estar nas mãos de uma elite formada por proprietários de terras e industriais "incompetentes e corruptos".
Qadri apelou aos seus apoiantes para levarem a cabo uma revolução pacífica e fez um ultimato ao Governo para dissolver o parlamento federal e as assembleias provinciais, que expira hoje às 11:00 (06:00 em Lisboa).
Tahir ul-Qadri, fundador da organização A Voz do Corão, apelou a uma grande mobilização do povo paquistanês semelhante à que se registou na praça Tahir do Cairo, que levou à queda do Presidente egípcio Hosni Mubarak, em 2011.
Durante a noite, os manifestantes ultrapassaram a barreira que impedia a passagem para o parlamento e outros edifícios públicos.
Segundo a Constituição paquistanesa, a dissolução das assembleias municipais impõe a realização de eleições gerais e a nomeação de um Governo de transição.
Qadri defende que a formação desse Governo de transição resulte de consultas que envolvam o exército e o setor da justiça e não só os grandes partidos tradicionais.