Conflitos entre grupos de artes marciais em Díli causam um morto
Pelo menos uma pessoa morreu em confrontos entre dois grupos rivais de artes marciais que ocorreram nas últimas 24 horas na zona ocidental da capital timorense, Díli, confirmou à Lusa fonte policial.
Os confrontos, explicou a mesma fonte, envolvem elementos de pelo menos três grupos de artes marciais, o 77, que tem particular força no bairro de Bebonuk, e os Kera Sakti e PSHT (Persaudaraan Setia Hati Terate).
A mesma fonte explicou que dezenas de jovens dos grupos se envolveram em confrontos com muita tensão a manter-se hoje, ao final do dia, nas zonas de Bebonuk, Fatuhada, Marconi e próximo da zona de depósitos da Pertamina.
"Temos mais polícia no terreno, onde tem estado e vamos acompanhar a situação durante a noite", disse a fonte policial.
A tensão aumentou hoje quando o cadáver da vítima dos confrontos de quarta-feira começou a ser velado na casa da família.
Confrontos entre elementos de grupos rivais de artes marciais são comuns e já no início deste mês se registaram confrontos violentos na zona de Hera, a cerca de 10 quilómetros leste de Díli, que terminaram com dois feridos, cinco casas queimadas, várias motas destruídas e oito detidos.
Nos últimos meses têm circulado pelas redes sociais vídeos que mostram confrontos entre elementos de grupos rivais de artes marciais, tanto em Timor-Leste como na Irlanda, onde estão imigrados muitos jovens naturais de Timor-Leste.
Esses confrontos suscitaram já alertas das autoridades irlandesas que tiveram que intervir em alguns casos, detendo e levando a julgamento alguns timorenses.
Apesar de esforços repetidos das autoridades timorenses para controlar o problema dos grupos de artes marciais os confrontos são regulares.
Fundada em Java Oriental, na Indonésia, em 1922, a PSHT tem atualmente mais de um milhão de membros naquele país, bem como elementos na Malásia, Singapura, Holanda, França e Portugal, entre outros.
Em Timor-Leste, onde a PSHT chegou em 1983, a organização tem cerca de 3.500 "gurus", os instrutores mais graduados, com mais de 30 mil membros em todo o país. A Korka e a Kera Sakti têm milhares de apoiantes.