Conferência de paz para a Síria só com participação da oposição

O enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, alertou hoje que a conferência de paz marcada para o próximo mês em Genebra só pode acontecer com a presença de uma "oposição credível".
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"A conferência não se reunirá sem uma oposição credível que represente um segmento importante da população que se opõe" ao presidente Bashar al-Assad", disse Brahimi aos jornalistas no Cairo.

As declarações de Brahimi surgem depois de o enviado se reunir com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, no Cairo.

Após o encontro, Arabi anunciou que a conferência decorrerá em Genebra a 23 de novembro, mas reconheceu que ainda existem obstáculos à concretização da conferência, numa altura em que governos ocidentais e árabes se preparam para se reunir na quinta-feira com os líderes da oposição síria, numa tentativa de convencê-los a participar.

A oposição síria deverá decidir, na próxima semana, sobre a sua participação nesta conferência, que visa encontrar uma solução política para um conflito que fez mais de 100 mil mortos desde 2011.

Brahimi escusou-se a avançar publicamente com uma data para a conferência, dizendo que seria anunciada no final da ronda que iniciou no Cairo para preparar o encontro.

O enviado disse aos jornalistas, após a reunião com Arabi, que irá passar pelo Qatar, pela Turquia, pelo Irão e pela Síria, reunindo-se depois em Genebra com os representantes dos EUA e da Rússia.

A conferência de paz sobre a Síria "Genebra 2" é uma iniciativa da Rússia, Estados Unidos e da Organização das Nações Unidas (ONU), para tentar garantir uma solução política para a guerra civil através de negociações diretas entre o Governo de Damasco e a oposição.

O conflito na Síria começou em março de 2011 quando o regime do presidente Bashar al-Assad reprimiu violentamente protestos pró-democracia no país, inspirados nas revoltas da Primavera Árabe.

Estima-se que mais de 115.000 pessoas tenham morrido no conflito, que já forçou milhões de pessoas a fugir do país como refugiados e deixou centenas de milhares bloqueadas no interior.

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