Confederação do Turismo junta-se às agências de viagens e pede mais verbas para promoção

Francisco Calheiros salientou ainda que a TAP é determinante para o futuro do setor.
Publicado a
Atualizado a

O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP) pediu hoje mais verbas para a promoção turística do país, em linha com a associação das agências de viagens, e lembrou que a TAP é determinante para o futuro do setor.

No discurso de encerramento do 40.º Congresso Nacional da Associação das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Francisco Calheiros juntou-se, assim, ao apelo que o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, tinha feito na abertura do congresso, que decorreu em Évora desde sexta-feira, e que contou com a presença do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, do secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e do presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim Figueiredo.

"A promoção [do destino turístico Portugal] - e eu envolvo a comunicação, o marketing digital, tudo o que tem a ver com a proposta de promoção do nosso país - não é um custo, é um investimento. Para termos cá mais um, 10, 100, um milhão de turistas não é preciso nem mais uma agência de viagens, nem mais um autocarro, nem um restaurante, nem um hotel, não é preciso mais nada. A capacidade instalada está toda cá e é imediata. Nós, ao promovermos rápido como fizemos o ano passado na Alemanha temos um retorno extraordinariamente rápido. Portanto, continuo a insistir que temos de aumentar as nossas verbas de promoção", disse hoje Francisco Calheiros.

Na sexta-feira, perante os governantes, Pedro Costa Ferreira afirmara que não se devem "confundir resultados positivos [o setor bateu recordes nos últimos dois anos] com menor necessidade de se reforçar o programa de promoção" de Portugal.

"Para que não fiquemos nas meias palavras, do que estou a falar é de mais verbas para a promoção do país. Porque os gastos em promoção têm retorno absolutamente incontestável e incontestado", disse o mesmo responsável na altura.

Outra das preocupações comuns à CTP e à APAVT é a privatização da TAP. Se na sexta-feira, Pedro Costa Ferreira apelou para que não se faça uma privatização da transportadora aérea nacional "apressada", hoje o presidente da CTP lembrou a importância da companhia aérea nos resultados do setor.

"Cerca de 80% dos nossos turistas vêm por via aérea. Mais de metade destes turistas vem pela TAP. A TAP é, simplesmente, determinante para o turismo português. E nos últimos anos têm sido exemplo as rotas, a estratégia toda que tem aberto. Lembro que quando começou a política brasileira da TAP, os brasileiros não ficavam cá, limitavam-se a passar por cá e, hoje em dia, vemos o que representam os turistas brasileiros, nomeadamente em Lisboa. Portanto, a TAP é determinante para o futuro do turismo português", afirmou Francisco Calheiros.

Este responsável voltou a abordar também a questão da fiscalidade, lembrando que nos últimos Orçamentos do Estado, os governantes foram sensibilizados pela CTP para a questão, não havendo nenhuns aumentos específicos para o turismo.

"Começamos agora a ouvir falar novamente em taxas e impostos e eu insisto: não dificultem a vida aos empresários. Tivemos um 2013 e um 2014 bons, mas os cinco anos anteriores foram maus. Numa altura em que todos estamos a tirar a cabeça de fora, se se começa a taxar, se se começa a tornar o produto menos competitivo, isso não será bom para ninguém".

Aquando o anúncio da Câmara de Lisboa da introdução de uma taxa de um euro por cada dormida na capital do país e de outro euro por cada entrada através do aeroporto ou porto de Lisboa, a CTP já tinha considerado "ilusório pensar que serão os turistas a suportar" as novas taxas turísticas.

"Serão os operadores do sector que, em defesa da competitividade do destino, serão obrigados a internalizar esse custo, com prejuízo acrescido da sua margem já tão sacrificada", afirmou a CTP, em novembro, em comunicado.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt