Condenado a pagar 3000 euros por posse de arma ilegal
"Espero que estes factos não se voltem a repetir senão é condenado a pena máxima", disse o juiz Duarte Nunes, após ler a sentença. O tribunal condenou o auto-intitulado "Rei Ghob" a 240 dias de multa à taxa de 12 euros por dia, ao dar como provado que tinha uma arma de caça com a qual disparou dois tiros em 2006, aquando de um incêndio em sua casa. Em vez de o condenar a trabalho comunitário e apesar de o arguido ter confessado integralmente os factos, o juiz entendeu que o arguido "não cometeu arrependimento" e que quis "iludir o tribunal dos seus rendimentos".
"É manifesto que o arguido não depende da sua irmã", afirmou Duarte Nunes, sublinhando que os honorários que o "Rei Ghob" paga ao advogado Fernando Carvalhal provam que "tem muito mais no seu património do que aquilo que quis fazer ver ao tribunal". Entre os factos provados, o tribunal considerou ainda que Francisco Leitão já tinha sido condenado em 2004 pelo mesmo crime. Fernando Carvalhal disse aos jornalistas que não sabe se vai recorrer e não quis comentar o facto de os seus honorários terem sido considerados na decisão do tribunal. "Estranho que o tribunal vá buscar esse facto para julgar alguém que se apresenta a tribunal", afirmou.
De acordo com o registo criminal do arguido englobado aos factos provados, Francisco Leitão já foi no passado condenado pelos crimes de falsificação de documentos, burla qualificada e emissão de cheque sem provisão.O "Rei Ghob" é ainda suspeito do crime de fraude fiscal, cujo processo remonta a 2010 e em que "terá sido constituído arguido", esclareceu o advogado. Francisco Leitão está também a ser julgado no Tribunal de Peniche por em 2009 ter simulado um crime de furto de uma máquina giratória, cujo julgamento prossegue no dia 30. Francisco Leitão está preso preventivamente à ordem de outro processo em que está indiciado de triplo homicídio. O arguido auto-intitulava-se "Rei Ghob, futuro governante na nova era" e publicava vídeos que anunciavam o fim do mundo.