Concessionários podem ser obrigados a fechar e a despedir
António Costa, da Toyota, teme que, "no futuro próximo, mais operadores venham a ser confrontados com a insustentabilidade do seu negócio", adiantando, no entanto, que nos últimos anos, os concessionários têm sido forçados a uma "reestruturação permanente" e que muitas empresas se depararam com a cessação de actividade. Jorge Magalhães, da Peugeot, acrescenta que, perante quebras das vendas para metade, os concessionários "têm necessariamente que se reestruturar e muitos já estão a fazê-lo".
A Chevrolet, através de Nuno Heleno, indica que o encerramento de concessionários e consequentes despedimentos dependerá "do ajuste de mercado" e se for relevante "haverá certamente uma necessidade de reestruturação dos operadores, ajustando os custos de estrutura às vendas para assegurar a sustentabilidade". Para José Duarte, director geral da Volkswagen, a marca alemã "nunca irá comprometer a satisfação dos clientes", mas com níveis de actividade mais baixos, "cada organização deve encontrar a sua reestruturação para fazer face às necessidades". Miguel Tomé, da Opel, considera que em 2012 não haverá encerramento de concessionários da marca alemã porque acredita que a rede "está preparada para as flutuações de mercado", no entanto vai avisando que enfrenta dificuldades "provocadas pela redução de liquidez e pelo estrangulamento nos instrumentos financeiros".
Já a Nissan considera-se "apta a enfrentar as dificuldades que se avizinham" porque a sua rede "tem vindo a reestruturar-se ao longo dos últimos anos". O mesmo indica a Renault através de Ana Maria Chaves Gil, que refere que "a estrutura da rede é algo que acompanhamos e sobre a qual intervimos em permanência" e o ano de 2012 "não será excepção a esse nível". André Silveira, da Mercedes-Benz e Smart, indica que o actual "nível de vendas das nossas marcas conduz a que o cenário [de encerramento de concessões] não se coloque". O mesmo acontece com a BMW e a Mini, que não prevê qualquer alteração na rede de concessionários. A Kia, que tem uma rede recente, refere que a reestruturação se iniciou em 2007. Luísa Pereira observa que a marca sul-coreana tem os concessionários "que deseja de que precisa para fazer uma cobertura integral" de Portugal.