Comunidade escolar vai apreciar alegada homofobia na Secundária de Vagos
O Conselho Geral do agrupamento de escolas de Vagos vai reunir no início da próxima semana para discutir o caso de alegada homofobia na escola secundária local, disse hoje à agência Lusa fonte deste órgão.
O Conselho é responsável pela definição das linhas orientadoras da atividade do agrupamento de escolas e é composto por representantes do pessoal docente e não docente, pais e encarregados de educação, e ainda da autarquia e da comunidade local.
O caso, cujas circunstâncias estarão a ser apuradas também pela Inspeção-Geral da Educação na sequência de denúncias públicas, surgiu quando duas alunas terão sido repreendidas pela direção da escola por estarem a beijar-se no recinto de estabelecimento de ensino.
Dezenas de estudantes levaram a cabo a meio desta semana uma manifestação espontânea de solidariedade com as alunas, com impacto nas redes sociais, o que levou a uma tomada de posição de algumas forças partidárias.
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O Bloco de Esquerda questionou o Ministério da Educação sobre a posição da direção da Escola Secundária. Numa pergunta subscrita pelos deputados Joana Mortágua e Moisés Ferreira, o BE sustenta que duas alunas da Secundária de Vagos, distrito de Aveiro, "terão sido vistas a beijarem-se por uma funcionária da escola" e depois "chamadas à direção da escola, onde terão sido informadas que não se podem beijar em público porque isso 'incomoda pessoas'".
Também o PS questionou o Ministério sobre a alegada discriminação das duas alunas da Escola Secundária de Vagos. "Caso os factos se confirmem, que medidas e diligências tomou ou irá tomar o Ministério da Educação para salvaguardar o direito das alunas e alunos desta escola a não serem discriminados em função da respetiva orientação sexual?", questionaram deputados socialistas.
A direção da escola tem-se manifestado indisponível para comentar a situação, o mesmo sucedendo com o presidente do agrupamento escolar de Vagos. A autarquia remeteu-se também ao silêncio.
Segundo o relato de um membro da comunidade escolar, a direção da escola terá feito saber que se trata de um caso de disciplina e não de homofobia, garantindo que não agiria de maneira diferente se o incidente tivesse sido protagonizado por um casal heterossexual.