Comprimido contra a malária aprovado nos EUA

A entidade reguladora dos medicamentos dos Estados Unidos aprovou a venda de tafenoquina. Com esta substância pode prevenir-se a forma mais comum de malária no Brasil, mas também tratar de forma eficaz as recaídas de quem tem o parasita.
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A malária recorrente, causada pelo parasita plasmodium vivax, é o tipo mais comum de malária fora da África subsaariana, como por exemplo no Brasil.

A Food and Drug Administration (FDA), a entidade que regula a comercialização dos medicamentos nos Estados Unidos aprovou a venda de tafenoquina, uma droga eficaz na expulsão do parasita no fígado. É a primeira vez em 60 anos, nota a BBC, que há um novo tratamento para a doença a receber a aprovação da agência norte-americana.

A tafenoquina, que pode ser tomada ao mesmo tempo que outro medicamento para atacar a malária, está longe de ser uma novidade.
Foi desenvolvida há três décadas nos Estados Unidos, mas os testes não avançaram na época, explicou o especialista Marcus Lacerda à Agência O Globo.

Durante anos a indústria farmacêutica não deu prioridade à malária por não ser uma área de negócio com interesse.

A tafenoquina é administrada numa única dose, ao contrário da primaquina, cujo tratamento dura 14 dias.

Como os sintomas da doença desaparecem antes das duas semanas, é comum que os pacientes interrompam o tratamento da primaquina devido aos efeitos secundários (anemia e mal-estar) e ficam sujeitas a recaídas.

Conquista fenomenal

"A capacidade de se livrar do parasita no fígado com uma dose única de tafenoquina é uma conquista fenomenal e, na minha opinião, representa um dos avanços mais significativos no tratamento da malária no mundo nos últimos 60 anos", comentou à BBC Ric Price, investigador da Universidade de Oxford.

Mas não há só aspectos positivos na tafenoquina. A FDA afirma que a substância é eficaz, mas lembra que existem efeitos colaterais importantes a serem observados.

Por exemplo, pessoas com a deficiência de G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase) não devem tomar o medicamento, pois pode causar anemia grave.

Há também preocupações de que, em doses altas, a medicação possa ser um problema para pessoas com doenças psiquiátricas.

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