Comprar e manter a gestão: 15 milhões do Turismo Fundos salvaram 12 unidades

Instrumento permite a detentores de imóveis de atividade turística continuar como arrendatários. Já há operações aprovadas.
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O governo, no âmbito de uma iniciativa de sale&leaseback, lançada em junho, já apoiou 12 proprietários de imóveis de turismo, no valor de mais de 15 milhões de euros. A maioria das candidaturas recebidas é de imóveis de hotelaria, localizados em territórios de baixa densidade.

Para o turismo, o arranque de 2020 dava o mote para mais um ano de recordes. Os meses de janeiro e fevereiro tiveram mais hóspedes, dormidas e proveitos que o período homólogo. Contudo, a partir de março, devido à pandemia, o setor tem registado quebras significativas: muitos hotéis continuam fechados e os que estão abertos têm muito poucos hóspedes, o que se traduz numa quebra de receitas e dificuldades para muitos proprietários. Por isso, em junho, o governo, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social, lançou a iniciativa OpenCall202020. Esta medida, que é executada pela Turismo Fundos, permite que os proprietários de imóveis de turismo os vendam ao Estado, mas que continuem como arrendatários (sale&leaseback).

"Foram recebidas, no âmbito da OpenCall202020, 45 propostas de operação, num montante superior a cem milhões de euros, tendo sido aprovadas até ao momento 12 operações num montante total de cerca de 15,6 milhões de euros", diz ao DN/Dinheiro Vivo, fonte oficial da Turismo Fundos.

Para poderem ser elegíveis para este apoio, as empresas proprietárias dos imóveis afetos à atividade turística ou industrial têm de cumprir alguns requisitos, nomeadamente ter a sua situação regularizada perante o Fisco e a Segurança Social. "De entre as candidaturas recebidas cerca de ¾ referem-se a imóveis afetos a atividade turística, sobretudo a hotelaria, e ¼ a imóveis industriais. Em relação aos imóveis turísticos mais de metade localizam-se em territórios de baixa densidade", indica a Turismo Fundos. "No que se refere aos imóveis industriais, cerca de 70% localizam-se na região centro."

Com esta medida, o executivo de António Costa quer dar liquidez às empresas de forma que consigam investir na adaptação, requalificação, sustentabilidade e modernização dos imóveis afetos ao turismo ou atividade industrial. O balanço que a sociedade gestora faz da iniciativa é "muito positivo". "As entidades proponentes têm reconhecido que este instrumento financeiro, que se caracteriza pela venda e subsequente arrendamento de um imóvel, com opção de compra, é muito adequado às suas atuais necessidades", diz ainda.

O orçamento da OpenCall202020 é de 60 milhões e a Turismo Fundos diz-se "focada na avaliação de candidaturas apresentadas, no sentido de assegurar a decisão sobre as mesmas no mais curto espaço de tempo, até ao limite do orçamento definido (60 milhões) e, assim, fazer chegar a liquidez às empresas".

"A decisão sobre o lançamento de novas edições será tomada oportunamente, concluída que esteja esta edição e no quadro de uma atuação mais global do Ministério da Economia, em particular no que toca aos instrumentos de apoio à retoma", remata.

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